Com um pé lá fora, Yuool espera faturar até R$ 23 milhões em 2022

Marca de sapatos queridinha dos “Faria Limers” já atua em países da Europa e abre vendas nos EUA em junho

Em cerca de cinco anos de existência, a Yuool – marca de tênis famosa por ser querida pelos “Faria Limers” – conseguiu vender mais de 100 mil pares de calçados. O apelo é evidente. A marca foi fundada por três ex-sócios da XP (Marcelo Maisonnave, Pedro Englert e Eduardo Glitz). Em entrevista exclusiva ao BP Money, Eduardo Rocha, sócio da Yuool, contou que a empresa está atingindo uma “maturidade muito boa”, tem focado em se tornar uma marca internacional e a estimativa é de que a companhia fature entre R$ 22 milhões e R$ 23 milhões neste ano.

“A empresa está atingindo uma maturidade muito boa. Encontramos o caminho de crescimento no ano passado, já crescemos duas vezes frente ao ano de 2020. Em 2020, a gente já tinha crescido perante 2019. Agora, em maio, a gente já está fazendo aproximadamente três vezes o que fizemos em maio do ano passado”, afirmou Rocha.

“A gente faturou por volta de R$ 11,5 milhões em 2021 e esperamos ir para uns R$ 22/23 milhões neste ano, no mínimo”, complementou. 

Atualmente, a Yuool conta com quatro lojas, sendo duas em São Paulo, uma em Porto Alegre e outra em Gramado. A startup começou a implementar lojas físicas a partir de 2021, fazendo testes com unidades temporárias. O intuito dessas lojas temporárias era testar o público para diminuir os riscos de uma loja física fixa, segundo o próprio sócio da companhia. A empresa também planeja abrir mais três unidades físicas em 2022.

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Com o sucesso nos testes das lojas temporárias, Rocha enxerga as lojas físicas como uma boa saída para acelerar a expansão da marca.

“Uma vez que essa loja temporária deu certo, ela vai se tornar uma fixa. É mais ou menos essa a nossa cabeça pra isso. A gente tem muito essa cabeça de testar barato”, contou Rocha. 

Rocha também contou que a empresa tem planos de, no longo prazo, se tornar uma grande marca internacional. Para isso, a startup já começou a atuar em outros países.

Na Europa, a Yuool tem operações com e-commerce na Itália, Holanda, França, Alemanha e Espanha. Nos Estados Unidos, a companhia começa a comercializar seus calçados neste mês. A startup de calçados também tem uma operação pequena no Uruguai. 

“Abrimos empresa nos Estados Unidos e começamos a vender agora em junho e as perspectivas são ótimas. Na Europa, a operação já existe há dois anos e está indo super bem. Para o longo prazo a gente quer ser uma marca internacional, com uma presença ainda mais significativa”, destacou Rocha.

Por que a Yuool é a marca dos Faria Limers? 

Com o intuito de “tornar a vida das pessoas mais confortável”, a Yuool surgiu em 2017, após enxergar, no final de 2016, uma forte tendência de procura por tênis de lã, tanto nos EUA quanto na Europa.
 
“Era um produto diferenciado, a lã é muito gostosa no pé. Entramos em contato com esses players de fora e tentamos trazer para o Brasil. Eles declinaram e falaram que não tinham interesse no mercado brasileiro. Então, em 2017, buscamos maneiras de desenvolver o produto e a marca”, explicou o sócio da Yuool.

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Por ter sido fundada por três ex-sócios da XP (uma das maiores corretoras independentes do Brasil), a marca – rapidamente – ganhou espaço entre os investidores e especialistas do centro financeiro de São Paulo, a Faria Lima. Mas não foi só por isso. De acordo com o sócio da Yuool, Eduardo Rocha, o sucesso da marca também está ligado às mudanças de comportamento das pessoas do mercado financeiro e a alteração no perfil dessas pessoas. 

“Meus outros sócios-investidores são do mercado financeiro. Então isso ajudou um pouco, mas acho que o próprio momento do mercado financeiro influenciou. O mercado passou por uma transformação ao mesmo tempo que a Yuool. Triplicou o número de CPFs na Bolsa de Valores. Aquele grupinho fechado de engravatados se abriu, começou a se flexibilizar tudo isso, o mercado mudou e a Yuool era a escolha principal para essa mudança do mercado. Por ter essa proximidade, começou a criar essa identidade com aquele tribo e acho que vem daí”, contou Rocha.