Techs sofrem com alta na curva de juros nos EUA

Empresas brasileiras do ramo tecnológico lideram as perdas do Ibovespa em 2022

As ações do ramo de tecnologia lideram as perdas do Ibovespa em 2022, por conta da alta na curva de juros dos Estados Unidos. Os papéis da Locaweb e do Banco Inter, por exemplo, acumulam queda de 39,84% e 26,47%, respectivamente, no somatório deste ano. O índice de tecnologia das bolsas norte-americano, a Nasdaq encerrou com queda de 2,60% no encerramento desta terça-feira (18).

As expectativas de alta nos juros dos EUA em março se intensificaram após os rendimentos de títulos norte-americanos, os treasuries, alcançarem os 1,85%, o maior patamar desde janeiro de 2020. Vale ressaltar que o movimento de queda nas ações de tecnologia não é apenas nos EUA e no Brasil, e sim um efeito global.

As bolsas europeias, por exemplo, encerraram em queda sendo impulsionadas pelo setor de tecnologia. As ações do segmento lideraram as perdas do continente, com queda de 2,2%. Só neste mês de janeiro, as empresas europeias do setor fecharam no vermelho em dez dos doze pregões até agora. 

A alta das taxas dos títulos norte-americanos afeta todo o mercado porque eles são considerados de menor risco. Logo, se as taxas dos treasuries sobem, a atratividade de todos os demais ativos diminui.

Na bolsa, as ações de empresas cujo fluxo de caixa está no futuro acabam sofrendo mais, o que é o caso justamente das companhias ligadas ao setor de tecnologia. Além disso, o segmento acaba sendo mais afetado em virtude das taxas de empréstimo mais elevadas.

“As empresas de tecnologia possuem um balanço um pouco mais alavancado, fazem mais dívidas para financiar seu rápido crescimento. Então, se os juros sobem, o resultado operacional dessas companhias piora”, explicou o especialista em renda variável, Jerson Zanlorenzi.