Selic em 13,75%: invista em FIIs e pós-fixados

O comitê destacou que acredita que o ciclo de alta da Selic neste ano encerrou, assim como esperava a maioria do mercado

O Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira (21), optou por manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, após 12 altas consecutivas da Selic desde março do ano passado. O Comitê destacou que acredita que o ciclo de alta da Selic neste ano encerrou, assim como esperava a maioria do mercado. 

A decisão, segundo os dirigentes, reflete a “incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva”. Além disso, o Comitê ressaltou que a manutenção é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024”.

Entretanto, o Copom reforçou que se manterá vigilante e irá avaliar se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será “capaz de assegurar a convergência da inflação”.

“O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, dizem os dirigentes.

Mesmo que a sinalização seja de fim do ciclo, o cenário segue incerto. Os agentes financeiros veem uma indefinição sobre o patamar final de juros nos EUA, há perspectiva de desaceleração global, e não há sinais muito claros sobre a equipe econômica dos candidatos mais bem posicionados.

Especialistas ouvidos pelo “InfoMoney” destacam que é preciso ter cautela, já que investimentos de renda fixa prefixados podem soar como boas opções nas proximidades do final do ciclo de alta da Selic, porém, por conta das incertezas presentes no radar, ainda não chegou o momento de aumentar a posição, apenas manter. 

“Como um analista de mercado, olho quais são os fatores que mais vão afetar, e o maior é a dinâmica global. A taxa de juros nos EUA faz mais preço do que a eleição no Brasil”, afirma Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA.

Pós-fixados e FIIs durante estabilização da Selic

Com isso, as locações em investimentos pós-fixados atrelados ao CDI devem representar a maior parcela das carteiras. Em relação, às posições em títulos atrelados à inflação, as recomendações são as mesmas, mas em menor percentual. Já os fundos imobiliários, de olho em um cenário de manutenção da Selic, ganham mais espaço em alguns portfólios. 

Fundos imobiliários (FIIs) também ganham um papel especial na carteira em um cenário de estabilização da Selic em 13,75% ao ano, já que esses ativos tendem a apresentar um desempenho positivo quando a Taxa Selic para de subir ou começa a cair, segundo especialista da RB Investimentos.