Política

Moro ataca PT e diz que partido é autor da ADPF 518

Moro afirma que, com a ADPF 518, o PT tentou derrubar a proibição feita pelo MJ de visitas íntimas às lideranças do PCC e do CV em presídios

O Senador Sergio Moro atacou o PT (Partido dos Trabalhadores) na manhã desta sexta-feira (24), em sua conta oficial no Twitter. No post, o ex-ministro da Justiça afirma que a sigla deve “explicação ao Brasil” por ser autor da ADPF 518 junto ao STF (Supremo Tribunal Federal). 

À luz dos últimos acontecimentos e das falas do Presidente Lula, o PT deve uma explicação ao Brasil sobre sua participação como autor na ADPF 518 junto ao STF, quando tentou derrubar a proibição feita pelo MJ de visitas íntimas às lideranças do PCC e do CV em presídios federais.… pic.twitter.com/0K66KwAPOp
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 24, 2023

Moro afirma que, com a ADPF 518, o PT tentou derrubar a proibição feita pelo Ministério da Justiça de visitas íntimas às lideranças do PCC e do CV em presídios federais. Na foto em seu post, o atual senador apresenta uma procuração feita pelo partido com assinatura de sua presidente Gleisi Hoffmann. 

Ainda de acordo com ele, o desastre foi evitado após o STF extinguir a ação, “protegendo a sociedade contra o crime”, afirmou. 

Em 2018, o ministro do STF, Edson Fachin, rejeitou a tramitação da ADPF 518, na qual o Instituto Anjos da Liberdade e a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (ABRACRIM) questionavam dispositivos de norma que regulamenta visitas íntimas em penitenciárias federais. Segundo o relator, as entidades não possuem legitimidade para a proposição de ADPF.

Plano do PCC contra Moro

O plano que previa um ataque do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi delatado ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por um ex-integrante da facção criminosa, que está jurado de morte.

De acordo com informações da “CNN”, imagens anexadas ao processo mostram mensagens com os codinomes que seriam usados pela organização criminosa e dão a entender que um plano contra Moro seria colocado em ação durante as eleições de 2022.

O ex-traficante que fez a delação ao MP-SP foi colocado no sistema de proteção a testemunhas.

Uma das primeiras informações repassadas foi a indicação de quem seria o “cabeça” do plano. A coordenação de toda a ação foi atribuída a Janeferson Aparecido Mariano Gomes, também conhecido pelas alcunhas de NF, Nefo, Artur e Dodge. Ele seria o chefe nacional da “sintonia restrita”, que funciona como um centro de inteligência e execuções de autoridades pela organização.

De acordo com a testemunha, NF estaria encarregado de levantar informações e sequestrar o ex-juiz.

A retaliação ao senador teria sido motivada por mudanças nas regras para visitas a detentos –Moro proibiu as visitas íntimas em presídios federais quando era ministro da Justiça e Segurança Pública. Como ministro ele também coordenou a transferência e o isolamento dos “cabeças” da organização criminosa nos presídios de segurança máxima.

As informações referentes ao plano contra Moro foram divulgadas na última quarta-feira (22) após a deflagração da operação Sequaz, que prendeu nove pessoas supostamente envolvidas no planejamento.

Lula e Moro trocam farpas

Após a divulgação do plano, o presidente Lula e o senador Moro trocaram farpas, após o petista afirmar suspeitar que o plano fosse uma “armação” do ex-juiz. 

“Eu não vou falar porque eu acho que é mais uma armação do Moro. Mas eu quero ser cauteloso e vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar e ficar sabendo da sentença”, disse Lula.

Mais tarde, em entrevista à CNN, Moro respondeu com duras críticas ao petista.

“Quero perguntar ao senhor presidente da República: O senhor não tem decência? O senhor não tem vergonha com esse seu comportamento? O senhor não respeita a liturgia do cargo? O senhor não respeita o sofrimento de uma família inocente? O senhor não respeita o combate que os agentes da lei, e aqui eu me incluo, como ex-ministro da justiça e, antes, juiz, o combate que nós fizemos ao crime organizado”, questionou.