MGLU3: o que significa o fôlego do ativo nesta segunda?

Consultados pela BP Money, analista técnico e especialista avaliam as perspectivas do papel.

Na última semana, a Magazine Luiza (MGLU3) reportou o maior prejuízo líquido já registrado desde a abertura de capital (IPO) em 2011 a R$ 391,2 milhões. Uma perda 142,5% maior na base de comparação anual. 

No dia da divulgação dos resultados, as ações da Magazine Luiza despencaram mais de 23%. Ou seja, em apenas um dia cerca de R$ 6 bilhões foram perdidos em valor de mercado.

Em relação ao prejuízo líquido da varejista, o estrategista-chefe da Diagrama Investimentos, Ricardo Leite, pontuou que o cenário de juros alto e inflação persistentemente alta por mais tempo do que o previsto, afastam os consumidores de produtos ofertados pela Magazine Luiza. “Uma vez que em cenários de recessão, o consumidor prefere “poupar” devido às incertezas futuras”, afirmou.

Para Leite, a recuperação do ativo é normal. “Não muda a visão macro, de que a empresa vai precisar mostrar novas formas de operar em em um mercado que vem sofrendo por causa da questão macro, já que o cenário de juros alto afeta bastante as varejistas”, explicou.

“A alta de hoje é apenas um respiro, de uma queda que pode ter sido considerada excessiva”, completou Leite. 

Questionado se anúncios como a mudança da diretoria impactaram os resultados da companhia, Leite explicou que no curto prazo impactam a confiança do mercado em relação ao futuro da varejista. “Não tanto aos resultados apresentados, dado que a mudança foi realizada recentemente. Essa mudança é muito mais avaliada para os preços no mercado, pela capacidade da empresa entregar os valores projetados”, explicou o especialista.

Análise técnica dos ativos de Magalu

Em contrapartida, nesta segunda-feira (22), as ações da varejista estão acumulando ganhos, valorizando 5,22%, por volta das 15h30, cotada a R$ 3,83.  

O analista técnico, Fabrício Lorenz consultado pela BP Money, comentou que neste momento o ativo está em movimento de indecisão. “Então se fosse para fazer alguma coisa com o ativo seria para baixo”, afirmou.

Nesse sentido, o analista destacou que no gráfico semanal o papel está consolidado, que poderia denominar o movimento de “contração”, visto que têm topos mais baixos e fundos mais altos. 

Entretanto, Lorenz afirmou que no curto prazo a situação do MGLU3 é mais complicada. “Porque o papel mostrou um rompimento bonito, que daria para imaginar mais altas, entretanto nada que eu entendi como compra”, disse o analista.

Nesse contexto, o analista pontuou que no dia 9 de maio havia um candle comprador, no entanto, veio com um rompimento de uma característica ruim. “Em que o rompimento acontece dentro de um retângulo e produz um candle com fechamento acima da resistência mas sem um preparo prévio de uma correção”, explicou.
Sendo assim, Lorenz explicou que quando isso acontece temos que esperar uma correção, e isso de fato aconteceu, e rompeu o patamar dos R$ 3,95. 

Por outro lado, o analista ressaltou que essa queda de 23% que o ativo registrou na última semana, anula completamente qualquer possibilidade de alta em virtude desse rompimento. “A partir disso,  poderíamos esperar uma completa queda, entretanto, na contramão, o mercado subiu, causando uma bagunça”, afirmou.

“Portanto, não faria nada em Magalu nesse momento, no gráfico diário e semanal, se for para fazer alguma coisa, seria para baixo enquanto a máxima da barra não for superada”, finalizou.