Mercado

 Funcionários da GM, Ford e Stellantis entram em greve nos EUA

Sindicato que representa as maiores montadoras do EUA quer 40% de reajuste salarial em 4 anos

Os funcionários das maiores montadoras de veículos dos EUA,  General Motors (GM), Ford e Stellantis entraram em greve nesta sexta-feira (15), informou o UAW, o sindicato nacional do setor. Em que buscam aumentos salariais de 40% para os seus cerca de 140 mil membros ao longo de quatro anos.

Os funcionários alegam que houve um aumento comparável nos salários dos líderes empresariais. Sendo assim, as produções das montadoras em unidades no Missouri, Michigan e Ohio, estão paralisadas desde a meia-noite desta sexta-feira (15).

A paralisação das operações também é motivada para reivindicar uma semana de trabalho de quatro dias, o retorno dos aumentos salariais automáticos vinculados à inflação e limites mais rígidos sobre o período de trabalhos temporários sem benefícios sindicais.

Impacto da greve

Nesse sentido, a Ford destacou em comunicado publicado ao mercado que,  as propostas do UAW poderiam mais do que duplicar os seus custos trabalhistas nos EUA.

Conforme reportado pela BBC, as estimativas do Anderson Economic Group indicam que uma greve de 10 dias poderia acarretar um custo de aproximadamente US$ 1 bilhão para as três montadoras envolvidas, ao mesmo tempo em que os trabalhadores enfrentariam quase US$ 900 milhões em salários perdidos. O impacto total na economia dos EUA poderia exceder a marca de US$ 5 bilhões.

Vale ressaltar que a Ford, a GM e a Stellantis representam, juntamente, cerca de 40% das vendas de automóveis nos EUA.

A mais recente paralisação na indústria automobilística dos Estados Unidos ocorreu em 2019, quando os funcionários da General Motors (GM) entraram em greve e interromperam suas atividades por um período de seis semanas.

Ford no 2T23

A Ford teve lucro líquido de US$ 1,9 bilhão no segundo trimestre, o que representa alta de 187% na comparação com o mesmo período de 2022. O lucro diluído por ação foi de US$ 0,47, valor acima do US$ 0,16 reportado um ano antes. 

O lucro operacional atingiu US$ 2,4 bilhões, avanço de 14,2% na comparação anual. A receita líquida avançou 12% na comparação anual, para US$ 44,9 bilhões entre abril e junho deste ano.

No segundo trimestre, o Ford Pro, com uma combinação de veículos, software e serviços que gera valor para clientes comerciais e poder de precificação para a Ford, transformou o crescimento de 8% nas remessas de produtos em um salto de 22% na receita. O Ebit de US$ 2,4 bilhões da unidade de negócios foi mais que o dobro de sua lucratividade no ano anterior e representou uma margem de 15%.