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FMI renegocia acordo e deve liberar até US$ 10,8 bi à Argentina

O acordo com o FMI visa garantir dólares suficientes para que a Argentina cumpra seus compromissos financeiros

O FMI (Fundo Monetário Internacional) confirmou na última sexta-feira (28) os novos termos do acordo com a Argentina, que visa garantir dólares suficientes para que o país sul-americano consiga cumprir todos seus compromissos financeiros até o final do ano.

A renegociação do acordo vinha sendo costurada pelo FMI com o ministro da Economia e candidato à presidência, Sergio Massa, e prevê a liberação de até US$ 10,8 bi para a Argentina em 2023. 

É esperado que os detalhes da renegociação sejam divulgados após o recesso de verão da Diretoria Executiva do Fundo, em agosto, quando o FMI deve liberar US$ 7,5 bilhões ao país. 

O acordo prevê contrapartidas, pois a Argentina terá que recuperar suas reservas internacionais e promover medidas de responsabilidade fiscal, além de exigir a proteção de gastos sociais e aumentar os investimentos em infraestrutura .

O objetivo estabelecido pelo FMI é que a Argentina termine o ano com reservas de US$ 1 bilhão, redução da meta de março, que era de US$ 8 bilhões.

Lula: secretaria diz que Brasil prepara entrada da Argentina no Brics

A embaixadora Gisela Padovan, secretária para América Latina e Caribe do Itamaraty, afirmou no início de julho que a diplomacia brasileira está empenhada em incluir a Argentina no grupo dos Brics. O grupo, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa economias emergentes.

A inclusão da Argentina no grupo dos Brics foi uma promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em maio, em resposta à crise financeira que o país vizinho estava enfrentando.

Lula expressou o desejo de que a Argentina se juntasse ao grupo, como uma forma de fortalecer a cooperação econômica e política entre os países emergentes.

Lula: Por que Brasil e Argentina têm que fazer comércio em dólar?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, durante uma cúpula financeira global em Paris, em junho, que os países façam comércio bilateral sem utilizar o dólar e disse que pretende levar este tema para discussão na próxima reunião dos Brics.

O grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul tem encontro marcado para agosto em Joanesburgo.

“É preciso criar novas moedas para a gente fazer comércio. Por que Brasil e Argentina têm que fazer comércio em dólar? Essa discussão está na minha pauta e, se depender de mim, vai acontecer na reunião dos Brics e na reunião do G20, que tem que ter mais países africanos”, disse Lula durante discurso na Cúpula do Novo Pacto de Financiamento, realizada na capital francesa.

Lula tem defendido que os países possam fazer comércio em moedas alternativas ao dólar, em uma medida que tiraria poder dos EUA, especialmente a capacidade norte-americana de impor sanções econômicas.