Negócios de risco

Empréstimos: empresas tomaram R$ 30 bi de fundos especializados

Os fundos especializados, que investem em empresas com dificuldades, foram um socorro em meio à crise de liquidez

Foto: Unsplash
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A descoberta do rombo nas Lojas Americanas (AMER3) gerou impactos não apenas às suas ações, mas a outras empresas no quesito crédito. Diversas companhias se viram obrigadas a recorrer aos fundos especializados, tomando R$ 30 bilhões em empréstimos para normalizar a situação financeira.

Os especial sits – conhecidos como os fundos especializados em investir em empresas com dificuldades – foram um socorro em meio à crise de liquidez, de acordo com o Broadcast+ do Estadão. O valor estimado foi um levantamento da Seneca evercore, responsável pelo intermédio de várias operações de empréstimos do tipo para seus clientes. 

Daniel Wainstein, sócio sênior da assessoria financeira independente, disse que muitas dessas empresas obtiveram carência de 12 meses para quitar os empréstimos, além de precisarem buscar novas soluções para conseguir honrar compromissos com os fundos especializados, no meio do ano. 

Empréstimos do tipo são soluções de mercado

Com isso, os negócios devem ter o mesmo segmento que a Seneca, devem se movimentar, em meio à procura por soluções de mercado, segundo o Broadcast. O movimento deve seguir pela estruturação de instrumentos de dívidas, de fusões e aquisições e da injeção de liquidez, visando a aquisição de ações.

“Vemos uma série de casos nos quais a conta chegou e as companhias, sem mudança material em seus fundamentos, vão ter de repensar seu balanço”, disse Wainstein. O dinheiro dos fundos especializados, normalmente, é mais caro, pelo fator de alto risco dos ativos, no caso, as empresas em crise. 

“Hoje a concorrência aos bancos vem do mercado de capitais e a queda da taxa Selic começa a se refletir nos custos de captação para as empresas”, afirmou o executivo. 

Segundo ele, para que as empresas acessem capital, o que antes só era viável pelos grandes bancos, o desenvolvimento do mercado de capitais, por meio das plataformas de investimentos, gestoras independentes e family offices, foi fundamental.

Para Wainstein, o intuito da Seneca, como um dos fundos especializados, é seguir como uma plataforma aberta para compor transações, seja com bancos ou investidores, quando preciso.