Economistas afirmam que economia está 'estagnada'

PIB brasileiro recuou 0,1% no terceiro trimestre, entrando em recessão técnica

Economistas e pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) afirmaram que o cenário da economia no Brasil é de estagnação. O cenário econômico do país entrou em “recessão técnica” após o Produto Interno Bruto (PIB) brasileira registrar recuo por dois semestres consecutivos, sendo queda de 0,1% no terceiro e 0,4% no segundo (veja mais aqui).

“Nossa avaliação é de que tivemos uma recessão muito aguda, mas não se pode dizer que não vamos entrar em outra. Agora, estamos em estagnação. Numa recessão, todos os setores se retraem. Agora, a desaceleração foi maior por causa da agropecuária. Denominar recessão é um pouco forte”, afirmou a coordenadora do Boletim Macro Ibre, Silvia Matos, durante IX Seminário de Análise Conjuntural nesta quinta-feira (9).

O pesquisador do Ibre/FGV, Armando Castelar, concordou com a fala de Matos e afirmou que “é mais um cenário de estagnação do que recessão. A economia mundial está com crescimento vigoroso. Então, estamos em estagnação, mas é frustrante”, afirmou Castelar.

De acordo com a coordenadora, a retomada do crescimento econômico terá um impulso sobre a “normalização” das atividades, especialmente pelo setor de serviços, que foi um dos mais afetados pela pandemia. Matos explica que, à medida que a campanha de vacinação avance, ocorrerá a reabertura de negócios, podendo garantir um impulso na economia no quarto semestre de 2022.

Previsão

Castelar afirmou que ainda existe pouca perspectiva de que a economia brasileira deixe o cenário de estagnação. “A questão maior que vai pegar em 2022 é a incerteza. Não temos muita ideia para onde estamos indo, se é que vamos para algum lugar. A percepção é de que vamos ficar parados com inflação alta, desemprego alto e uma economia que não cresce”, disse o pesquisador.