Casino, dona do Pão de Açucar (PCAR3), acerta acordo com credores

Acordo com credores deve evitar a declaração de calote de títulos de dívida da varejista francesa

A Casino, que controla o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) no Brasil, acertou nesta sexta-feira (16) acordo com credores que deve evitar a declaração de calote de títulos de dívida da varejista francesa.

Em comunicado, a Rallye Group, controladora da empresa, informou que os investidores renunciaram ao direito de desencadear eventual default, direto ou indireto, que resulte da abertura do processo de conciliação intermediado pela Justiça francesa. As informações são do Broadcast/Estadão.

Em troca, os detentores dos papéis ganham o direito de poder se apropriar, a qualquer momento, de sua parte dos valores mobiliários da Casino mantidos em custódia ou determinar um agente fiduciário a vendê-los.

“No caso de tal apropriação ou venda, o restante, se houver, da reivindicação do credor relevante seria pago na data de vencimento inicialmente acordada no financiamento relevante”, explica a companhia, em comunicado.

O acordo representará um alívio para a endividada varejista, que busca maneiras de levantar recursos para honrar obrigações financeiras. A Moody’s estima que a Casino precisa pagar 1,2 bilhão de euros em dívidas que vencem até 2024 e mais 1,8 bilhão de euros com maturação em 2025.

Casino recebe proposta de bilionários

O grupo de supermercados Casino recebeu uma proposta de 1,1 bilhão de euros (US$ 1,19 bilhão) do empresário francês de telecomunicações Xavier Niel e mais dois sócios, na quarta-feira (14). 

O trio busca aumentar o patrimônio do grupo em até 1,1 bilhão de euros, incluindo até 300 milhões de euros investidos diretamente. O restante dos recursos seria subscrito por novos sócios e atuais credores que desejassem reinvestir na empresa. As informações são do Bloomberg Línea. 

“Esta proposta seria acompanhada, na medida do necessário, por uma adequação da dívida existente do Casino às suas capacidades e pela preservação do seu potencial de crescimento”, diz um trecho da carta enviada a companhia. 

Niel, o empresário do varejo Moez-Alexandre Zouari e o banqueiro Matthieu Pigasse disseram na semana passada que estavam trabalhando em um plano de resgate para o Casino após o fim das negociações exclusivas entre a varejista e a rival Teract, que tem os três investidores e a empresa agrícola francesa InVivo entre seus acionistas.

O empresário tcheco Daniel Kretinsky também se ofereceu para injetar novo capital no Casino e assumir o controle acionário.