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Blockchain games miram educação e digitalização do futuro

Blockchain games miram educação e digitalização do futuro

Primeiros registros sobre mercado de blockchain games estão em 2018 / Freepik

Com um mercado ainda recente, as empresas voltadas para blockchain games, jogos eletrônicos que dão rendimento ao jogador através de ativos digitais, miram a educação, introduzindo o universo do metaverso e dos NFTs. Assim, elas apostam na digitalização do futuro dos games, transformando os tabuleiros em universos, e histórias, e as apostas em lucro, permitindo que jogadores tenham propriedade e controle real de seus ativos digitais. 

Mas não para por aí, empresas como a SP4CE e a DUX dão um passo à frente e pensam o blockchain como, também, um fator social, através das scholarships. 

Movimentando US$ 5,17 bilhões em 2021, segundo dados de relatório do L’Atelier BNP Paribas e NonFungible.com, o mercado de blockchain games, ou jogos NFT, se expandiu nos últimos anos. 

O valor, que representa 29,3% de todo o volume do mercado de NFT, supera o setor de artes. No Brasil, no entanto, ainda é difícil mensurar um mercado tão recente. A última edição do Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais foi lançada antes da difusão de jogos “pay-to-earn”, ou “pay-and-earn”.

Os primeiros registros sobre o mercado de blockchain games estão por volta de 2018. De lá pra cá, houve o surgimento de mais de 1.800 projetos, de acordo com o Dapp Radar, e um crescimento de 2.000% de interações com contratos de gamefi. 

“A evolução do mercado está vindo com a maturidade dos jogos e dos estúdios, que estão desenvolvendo projetos, com venture capitals que começam a olhar através de teses mais fundamentalistas e com grandes players do mercado tradicional adentrando na blockchain”, explica Heloisa Passos, CEO e fundadora da SP4CE, ecossistema de negócios em blockchain, que oferece conteúdo, tokenização e apoio na criação de jogos NFT. 

Para Luiz Octávio Gonçalves Neto, CEO da DUX, maior fintech de blockchain games da América Latina, essa é uma área que está abrindo portas para novas carreiras.

“Estamos vendo surgir os metaempreendedores”, conta. A palavra é uma junção de “metaverso”, tecnologia de realidade virtual em plena expansão e espaço dos jogos NFT, e “empreendedor”.

E de fato. Um levantamento do Santander Scholarships listou as dez profissões que vão definir a sociedade do futuro. Oito delas estão diretamente relacionadas às novas tecnologias: Especialista em Blockchain, Especialista em Inteligência Artificial (AI), Desenvolvedor de Software, Criador de Conteúdo, Professor Online, Engenheiro de Nuvem (digital), Analista de Big Data e Especialista em Segurança Cibernética.

Por isso, a tendência é que, em breve, a maioria dos jogos em desenvolvimento no Brasil, inclusive aqueles já consolidados, acrescente a tecnologia blockchain, se atualizando ao setor. É o que entende o especialista em criptomoedas e CEO da First Phoenix, empresa de desenvolvimento de jogos eletrônicos, Jhoniker Braulio. “Com isso, o player poderá usufruir de uma economia real dentro do jogo, trazendo uma nova experiência”, explica. 

Desafios e vantagens de um mercado incipiente

A SP4CE, que nasceu como uma comunidade de Axie Infinity – videogame online baseado em NFT – encontra no dia a dia uma dificuldade educacional. Por ser um setor embrionário, Heloisa explica que ainda é muito comum não entenderem o que são os blockchain games. “Acho que a principal dificuldade é a educação do setor e dos setores que convergem com o nosso”, explica a CEO. 

Para Luiz Octávio, os desafios da DUX têm a mesma raiz. Romper estigmas e estereótipos sedimentados na sociedade – através da disseminação de benefícios e potencialidades do universo cripto – é uma das maiores dificuldades da fintech. “Outro desafio é, sem dúvida, lidar com um mercado extremamente dinâmico e volátil que requer uma gestão resiliente e alta capacidade de analisar dados complexos”, explica. 

Braulio, ainda, aponta para outro problema, que existe em todo mercado: projetos “scam” – termo usado para projetos fraudulentos, em que o único intuito é subtrair dinheiro de investidores. “Mas, com a facilidade em obter informações, é possível identificar esses projetos tendenciosos através de uma análise mais aprofundada”, destaca.

Mesmo assim, tanto a DUX como a SP4CE vem se consolidando no setor, driblando desafios e formulando um espaço ainda “sem dono”. 

SP4CE produz conteúdos de entrada

Pensando em auxiliar aqueles que querem começar no setor ou atletas de jogos online que queiram se especializar em blockchain games, a SP4CE produz conteúdos de entrada no mercado. Nesse sentido, a empresa investiu R$ 150 mil em um projeto voltado para pessoas de baixa renda e moradoras de comunidades, capacitando-as a atuar e entender o setor de blockchain games. 

Ainda, como mais uma ação social, a SP4CE compra NFTs e os disponibiliza para as pessoas que não tem condições de adquirir os tokens jogarem, movimento que ficou conhecido como scholarships. 

No caso da DUX, que atua em frentes de negócio distintas que se conjugam sob um mesmo guarda-chuva institucional, a DUX Games se responsabiliza pela pesquisa e centralização de informações para facilitar a aprendizagem dos jogadores, que recebem mentoria constante dentro do programa de scholarships e de criação de comunidades. 

“Os jogos em blockchain ficaram famosos por criarem um ecossistema play-to-earn, possibilitando rentabilização para quem investe e para quem joga. Nesse campo promissor, a DUX Games se destaca como a maior investidora da América Latina em jogos NFT e como maior gestora brasileira de scholarships do Axie Infinity, com quase 2 mil jogadores ativos”, aponta Luiz Octávio. 

Heloisa concorda que esse é um setor promissor, justamente por ser “um oceano muito grande para se explorar”. “Temos diversas tecnologias para entender ainda. Temos possibilidade de parceria entre interoperabilidade de jogos. Vemos muitas pessoas entusiastas. Acredito que é um solo muito fértil para que nasça bons projetos”, projeta a CEO da SP4CE.

Nesse sentido, para Heloisa, a tendência é a entrada grandes players, grandes estúdios e infraestruturas, profissionalizando o setor ainda mais. Braulio concorda e ainda explica que, por aqui, grandes investidores estão de olho. “Somos ricos em mão de obra, no desenvolvimento de jogos e temos diversos profissionais brasileiros fazendo parte de grandes desenvolvedoras”, comenta.

Para aqueles que querem se tornar um gamer profissional do setor, Luiz Octávio aponta que o melhor caminho é estudar. “Entrar nesse mercado com responsabilidade e balancear as expectativas é essencial”. Não à toa, SP4CE e DUX trabalham para que a educação seja o pilar principal do setor, que mesmo incipiente, já movimenta grande parte do setor de games. 

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