Política

Presidente da Caixa é acusado de assédio sexual, diz portal

Segundo o portal “Metrópoles”, um grupo de funcionárias da Caixa decidiram denunciar os supostos assédios no fim do ano passado

Pedro Duarte Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, está sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por assédio sexual, segundo o portal “Metrópoles”. De acordo com o site, um grupo de funcionárias do gabinete da presidência da Caixa, no fim do ano passado, decidiram denunciar as situações pelas quais passaram. Este é o primeiro caso público de assédio sexual envolvendo um alto funcionário do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Vários dos testemunhos dados ao “Metrópoles” estão relacionados a viagens realizadas por Pedro Guimarães como parte do programa Caixa Mais Brasil, criado para descentralizar a gestão e dar mais visibilidade ao banco pelo país afora. Desde janeiro de 2019, foram realizadas mais de 140 visitas a cidades de todas as regiões.

Com outros executivos e uma comitiva de funcionários e funcionárias, Guimarães visita agências, se reúne com autoridades locais e conhece projetos sociais financiados pelo banco. 

O “Metrópoles” conseguiu juntar alguns relatos de funcionárias da Caixa. Todas tiveram suas identidades preservadas com nomes fictícios. As mulheres relataram toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos do presidente do maior banco público brasileiro. 

De acordo com denúncias feitas ao portal, a escolha das mulheres que integram a comitiva de Pedro Guimarães nas viagens do programa Caixa Mais Brasil é feita diretamente pelo gabinete dele. As selecionadas são comunicadas, segundo uma mulher identificada como “Ana”, como quem recebe a notícia de que acabou de ganhar um prêmio.

De acordo com uma outra funcionária, identificada como “Valéria”, o critério da seleção é definido de acordo com as preferências de Guimarães: “Tem um padrão. Mulher bonita é sempre escolhida para viajar, ele convida para as viagens as mulheres que acha interessantes.”

As mulheres entrevistadas foram unânimes ao responder que não denunciaram antes as situações sobre as quais estão falando agora por medo de serem perseguidas, segundo o “Metrópoles”. Elas afirmam não confiar nos canais de denúncias internas do banco.

A Caixa Econômica Federal se manifestou sobre o ocorrido:

“A Caixa não tem conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo. A Caixa esclarece que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio. O banco possui um sólido sistema de integridade, ancorado na observância dos diversos protocolos de prevenção, ao Código de Ética e ao de Conduta, que vedam a prática de ‘qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça’. A Caixa possui, ainda, canal de denúncias, por meio do qual são apuradas quaisquer supostas irregularidades atribuídas à conduta de qualquer empregado, independente da função hierárquica, que garante o anonimato, o sigilo e o correto processamento das denúncias. Ademais, todo empregado do banco participa da ação educacional sobre Ética e Conduta na Caixa, da reunião anual sobre Código de Ética na sua Unidade, bem como deve assinar o Termo de Ciência de Ética, por meio dos canais internos. A Caixa possui, ainda, a cartilha ‘Promovendo um Ambiente de Trabalho Saudável’, que visa contribuir para a prevenção do assédio de forma ampla, com conteúdo informativo sobre esse tipo de prática, auxiliando na conscientização, reflexão, prevenção e promoção de um ambiente de trabalho saudável.”