Política

Fachin afirma que Brasil pode ter “um 6 de janeiro” pior que dos EUA com eleições

Para o presidente do TSE, o empossamento dos eleitos pode esbarrar em dificuldades

Edson Fachin, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), admitiu nesta quarta-feira (6) que existe a possibilidade de o Brasil enfrentar “um 6 de janeiro” mais agravado que nos EUA. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Donald Trump invadiram o Capitólio durante uma sessão conjunta do Congresso norte-americano que confirmaria a vitória de Joe Biden como presidente do país.

A invasão ao Capitólio resultou em cinco mortes e diversos feridos. Muitos participantes do ataque foram presos e condenados pela invasão. Os apoiadores do ex-presidente alegaram fraude nas votações, argumento utilizado por Donald Trump ao convocar os partidários para se reunirem em Washington para protestar contra o resultado da eleição. 

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No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem continuamente questionado a legitimidade e integridade do resultado das eleições presidenciais, que irão ocorrer em outubro. 

Fachin diz que instituições devem garantir a posse dos eleitos em outubro

Fachin, que falou em uma palestra em Washington nesta quarta-feira, não citou o nome de Bolsonaro, mas listou condições que acha fundamentais para evitar que um distúrbio semelhante ao ocorrido em 6 de janeiro nos EUA se repita no Brasil. 

O ministro, que também é integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a Justiça Eleitoral deve fazer o “dever de casa”, organizando as eleições e garantindo que os eleitos sejam empossados. Também defendeu que a sociedade brasileira deve garantir a manutenção da democracia. 

Ao Parlamento, cabe observar os desdobramentos e ter “solidariedade institucional” com o Judiciário. Ele também reforçou que as forças de segurança devem atuar como instituições de Estado, e não do governo. Fachin defendeu a participação das Forças Armadas nas eleições, desde que a intenção dos militares seja “colaborar” e não “intervir”. 

“Por razões do campo da política, haja quem queira transformar essa participação que, ao invés de ser colaborativa, seja praticamente interventiva. E, evidentemente, este tipo de circunstância nós não só não aceitamos como não aceitaremos”, afirmou Edson Fachin.