Política

Bolsonaro: se precisar trocar cinco vezes presidente da Petrobras (PETR4), eu troco

Presidente argumentou que os antigos dirigentes da estatal não tinham “sentimento social”

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (13) que trocará a presidência da Petrobras (PETR4) mais cinco vezes, se for necessário. Segundo a “Folha de São Paulo”, Bolsonaro rebateu as críticas sobre sua interferência no comando da companhia ao conversar com apoiadores. 

“Ah, ele trocou quatro vezes o presidente da Petrobras”, disse, como forma de ironia, buscando imitar as críticas sobre sua postura em relação à companhia. “Sim, e se precisar trocar cinco, eu troco”, completou. 

O presidente passou cerca de 45 minutos conversando com seus apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada nesta quarta. Afirmou que nunca quis intervir no comando da Petrobras, mas que seus presidentes não possuíam ‘sentimento social’, por supostamente não se preocuparem com o preço da gasolina. 

“Ninguém quer trocar presidente da Petrobras para interferir. A gente quer trocar porque ele não tem aquele sentimento social previsto em lei. Em momentos de guerra, tudo é diferente, até mesmo na casa de vocês, quando o marido ou a mulher perde o emprego, entrou orçamento de guerra”, disse Bolsonaro. 

Jair Boslonaro afirmou que o mundo todo tem sentido os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e que isso afeta os preços dos combustíveis. O presidente ressaltou que está “tudo certo” para a compra de diesel da Rússia.

Na segunda-feira (11), o chefe do Executivo afirmou que o acordo com o país governado por Vladimir Putin estava quase certo e que as primeiras cargas devem chegar ao Brasil em 60 dias. 

Bolsonaro e as críticas à Petrobras

O presidente voltou a criticar a diretoria da Petrobras por seus altos salários e sugeriu que a alta dos preços dos combustíveis é benéfica para os executivos, pois há aumento no lucro. 

“O que a gente muda na Petrobras é para a gente, o pessoal, todo mundo tem que procurar o mais barato. Não pode ficar lá um diretor ganhando R$ 100 mil por mês, um presidente R$ 200 mil por mês, numa boa. Essas pessoas não estão preocupadas com o preço da gasolina. E quanto maior for o preço dos combustíveis, mais lucram em cima de vocês, mais sobra dinheiro para acionistas”, disse. 

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Nos últimos meses, Bolsonaro tem subido o tom em relação aos lucros da companhia. Além disso, criticou os governadores, acusando-os de serem os responsáveis pelos preços dos combustíveis. 

No mês passado, foi realizada a quinta troca na presidência da Petrobras no governo Bolsonaro. Caio Mário Paes de Andrade assumiu o cargo, em substituição a José Mauro Ferreira Coelho, demitido no dia 23 de maio.