TIM (TIMS3) apresenta alta de cerca de 20% na receita da empresa

A cifra avançou 23% na comparação anual para R$ 4,899 bilhões

A TIM (TIMS3) divulgou os resultados do 2T22 e se destacou pela alta de 23% na receita bruta da empresa, superando as expectativas do mercado. 

Após a aquisição dos ativos móveis da Oi (OIBR3), o crescimento orgânico dessas receitas foi de 12,8%, representando uma aceleração. No 1S22, o faturamento com serviços móveis avançou 8,1%.

“O sólido crescimento orgânico móvel foi impulsionado pela boa execução nos segmentos pré-pago e pós-pago que levaram a TIM a aumentar sua receita média por usuário (ex-Oi) em 10,7%”, segundo os analistas da XP, Bernardo Guttmann e Marco Nardini. 

A receita média por usuário (ARPU) registrou altas tanto no segmento pré-pago quanto no pós-pago, sendo de 7,4% e 5,7%, respectivamente. “A receita média por usuário se beneficiou bastante de uma recente alta nos preços,  reforçando nossa visão de que as atuais condições de mercado permitem um ambiente mais benigno de precificação”, afirmaram Daniel Federle e Victor Ricciuti, do Credit Suisse.

Além da receita com serviços móveis, uma queda de 1,4 ponto percentual para 46,3%, na margem Ebitda relação entre o Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre a receita líquida, surpreendeu os analistas. O resultado se deu por custos relacionados ao aluguel da rede da I-Systems (ex-FiberCo) e maior inflação. Mesmo assim, excluindo esses efeitos, a margem Ebitda ficou estável na comparação com um ano antes, em 47,7%.
 
“As despesas com vendas foram atipicamente mais altas, com campanhas de marketing e, especialmente, esforços mirando os recém-chegados clientes da Oi. Portanto, vemos espaço para algum alívio nessa linha para os próximos trimestres”, segundo o Credit.

Em destaque negativo estão as despesas financeiras, que prejudicaram a linha final do resultado. O resultado financeiro líquido também foi negativo, em R$ 438 milhões no 2T22, uma baixa de R$ 403 milhões na comparação anual.  

O desempenho se deu principalmente pela aquisição dos ativos móveis da Oi (OIBR3) e pela piora dos indicadores macroeconômicos, segundo a TIM (TIMS3). A dívida líquida sobre o Ebitda aumentou para 1,7 vez, ante 0,7 vez do 1T22. Isso por conta dos arrendamentos financeiros decorrentes da aquisição dos ativos móveis da Oi, no valor de R$ 2,9 bilhões.

Análises sobre a TIM (TIMS3) 

“O aumento de despesas financeiras é temporário devido a compra dos 16 milhões de clientes da Oi Móvel e pagamento das licenças para operar o 5G em todo Brasil”, segundo Flávio Conde, analista da Levante Investimentos.

O analista acredita que a dívida líquida será recuperada entre dois e três anos, com um acréscimo de geração de caixa dos clientes da Oi Móvel e serviços 5G.

O Credit Suisse tem uma avalição de desempenho acima da média do mercado, chamado de outperform, para a TIMS3, com um preço-alvo de R$ 16,50. XP manteve recomendação de compra e o preço-alvo de R$22 por ação até o fim de 2022, após a divulgação do resultado.