Stone perde R$ 132 bi e deixa fintechs em alerta 

Nos últimos anos, Street e Pontes haviam saído do dia-a-dia da Stone e passado para o conselho de administração 

A Stone (STNE), passou por uma ascensão meteórica desde sua criação, o que aconteceu a menos de uma década atrás. No entanto o que era uma das empresas de tecnologia financeira que mais crescia no mundo se tornou um alerta para fintechs em geral. 

No início da Stone, os fundadores da fintech, André Street e Eduardo Pontes, transformaram o jeito com que negócios espalhados pelo Brasil lidavam com pagamentos. Eles foram inspirados pela Square, empresa do ex-CEO do Twitter Jack Dorsey. 

Com essa maneira de fazer negócios, a dupla atraiu investidores incluindo a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, Jack Ma e a família Walton, tornando-se bilionários antes mesmo de completarem 40 anos de idade. 

O sucesso gerou ambições de Street e Pontes para revolucionar a indústria de serviços financeiros não apenas no Brasil, mas em lugares como Portugal, Reino Unido e Oriente Médio. 

Até que as coisas começaram a dar errado rapidamente no mercado em que tudo começou. Depois de abalar o setor de pagamentos brasileiro, a Stone decidiu focar no que prometia ser uma operação ainda mais lucrativa: crédito e, ao longo dos últimos anos, a empresa começou a emprestar para pequenos e médios negócios no Brasil todo. 

Acontece que a empresa subestimou os riscos e a inadimplência explodiu, obrigando a Stone a interromper a originação de crédito em 2021. 

De lá para cá, os problemas têm crescido, o que deixa os investidores cada vez mais impacientes. A empresa com sede em São Paulo viu suas ações derreterem 88% até quinta-feira (17), perdendo R$ 132 bilhões em valor de mercado. 

O gestor da Mirae Asset Global Investments em Nova York, Malcolm Dorson, disse que essa “é uma lição para todos os bancos digitais e plataformas similares no Brasil”. 

Segundo o gestor, a Stone despontava como “a melhor da sala” entre as fintechs na região, mas os problemas recentes afetaram sua credibilidade. Os primeiros sinais do ‘’estrago’’ foram informados em agosto, durante a divulgação do balanço do segundo trimestre, e interrompeu a concessão de crédito.