Shein começa a montar operação no Brasil com ex-Shopee

A gigante chinesa contratou o ex-diretor da Shopee para comandar a operação local

A Shein estaria contratando profissionais brasileiros para iniciar operação em terreno nacional, segundo o portal “NeoFeed”. Atualmente, a empresa já fatura mais de R$ 2 bilhões no País e ocupa o posto de aplicativo mais baixado no setor de moda, à frente da Lojas Renner, C&A, Marisa e Arezzo. 

No final do ano passado, o “NeoFeed” revelou que Chris Xu, o fundador da Shein, tinha vindo ao Brasil para se reunir com alguns dos principais fornecedores de roupas do varejo de moda brasileiro. O objetivo era agregar mais conhecimento sobre o mercado brasileiro e questões tributárias, e estudar um modelo para iniciar uma operação no País. 

Para isso, a empresa contratou Felipe Feistler, ex-diretor do Shopee, para atuar como gerente-geral da operação brasileira. No Shopee, Feistler era responsável pelo comércio eletrônico na América Latina. Além dele, Fabiana Merlino Magalhães, que trabalhava no Aliexpress, será a head da categoria de moda. 

Leia também: Sites da Ásia vendem para 2/3 dos internautas brasileiros

Ao entrar no LinkedIn da Shein, é possível encontrar 14 vagas abertas para trabalhar em São Paulo. As vagas pertencem a diversas áreas, como TI, comunicação, administração e logística. Também estão à procura de um intérprete de mandarim, português e inglês para integrar a operação no Brasil.

De acordo com o “NeoFeed”, a operação deve ter como objetivo firmar parcerias com fabricantes de roupas, viabilizando a produção local, o que reduziria o prazo de entrega dos produtos. Atualmente, as peças comercializadas no aplicativo são importadas da China, o que aumenta o tempo de entrega. 

Shein e taxação de produtos cross-border no Brasil

O início da operação no Brasil por parte da Shein ocorre em meio às incertezas acerca da taxação de produtos vendidos em aplicativos cross-border, ou seja, que vêm de outros países. O governo está planejando criar uma MP (medida provisória) para alterar as taxas de produtos vendidos nesses aplicativos. 

Atualmente, apenas produtos que totalizam mais de US$ 50 são taxados pela Receita Federal. A MP irá propor tributar em 60% qualquer mercadoria comprada nessas plataformas, independentemente de seu valor. Caso a medida seja aprovada, deve impactar empresas como a Shein, Shopee, Aliexpress e Wish. 

O IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), grupo que representa mais de 70 empresas, como Americanas, Riachuelo, Renner e Magazine Luiza, também está pressionando o governo para que aumente a fiscalização sobre compras cross-border.

É estimado que, globalmente, a Shein tenha faturado cerca de US$ 16 bilhões em 2021. Em abril, em uma rodada de investimentos de mais de US$ 1 bilhão, a empresa foi avaliada em US$ 100 bilhões, tornando-se a terceira startup mais valiosa do mundo.