Petrobras (PETR4) pode reajustar preço do diesel por conta da defasagem, diz “Valor”

Desigualdade frente ao mercado global torna o reajuste eminente

O reajuste no preço do diesel pela Petrobras (PETR4) nas refinarias, por conta da defasagem no mercado, é iminente, de acordo com levantamento realizado pelo “Valor Econômico”. 

Segundo a matéria realizada, os preços estabelecidos pela Petrobras ainda são muito distantes das cotações do mercado global, o que, conforme a apuração do “Valor”, evidencia a importância de uma recomposição parcial do preço do diesel.

Caso a medida seja confirmada, a compra do produto no exterior por empresas de menor porte pode ser realizada, a fim de reduzir o risco de desabastecimento. Apesar disso, tanto o governo federal, quanto a estatal negam essa hipótese de reajuste.

Por conta da complexidade da situação, o conselho administrativo da Petrobras tem realizado diversas reuniões para alcançar um consenso. A última delas foi pautada nas declarações do presidente da república, Jair Bolsonaro (PL) a respeito da companhia.

A reunião foi para discutir se o colegiado se manifestaria publicamente em resposta aos ataques realizados por Bolsonaro, que consistiram em alegar que “o lucro da companhia é um estupro”. 

As falas do presidente aconteceram pouco antes da divulgação dos lucros do primeiro trimestre da Petrobras, que totalizou R$ 44,56 bilhões nos três primeiros meses deste ano.

Em complemento com as declarações da última semana, Bolsonaro voltou a falar sobre a Petrobras no último sábado (7), alegando que “ninguém aguenta mais” reajustes dos combustíveis.
 

Posicionamento da Petrobras pode ser aplicado no preço do diesel

De acordo com apuração do “Valor”, a reunião da última sexta-feira não confirmou se a estatal responderá Bolsonaro.

Entretanto, a resposta pode vir em forma de reajuste do diesel, o que cobriria boa parte da defasagem atual. O último reajuste de preços de combustíveis pela companhia ocorreu no dia 11 de março, há quase 60 dias. 

O preço do diesel continua em alta após o período “pós-pandemia”, principalmente por conta dos cortes de oferta em função da guerra da Rússia contra a Ucrânia. 

O mercado brasileiro segue com uma alta demanda do diesel, o que resulta em preocupações sobre o crescimento do consumo, puxado pelo agronegócio.

Conforme apurado na matéria, o governo e a petroleira têm negado que haja risco de falta do produto, que move a agropecuária e é essencial no transporte de cargas. 

A avaliação de fontes próximas da Petrobras é que a situação no diesel é mais delicada do que o governo e a empresa pintam, além de ter o reconhecimento de que a companhia tem visão técnica do assunto e sensibilidade social. “O problema no diesel é grave”, disse uma fonte da empresa.