Petrobras (PETR4): último dia para receber R$ 6,73 de dividendos é hoje. Vale?

A estatal pagará grandes dividendos aos acionistas, mas data de corte é nesta quinta-feira (11). Especialistas comentam

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) têm se tornado um grande atrativo para os investidores brasileiros nos últimos tempos dado a distribuição gigantesca dos dividendos. Segundo especialistas consultados pelo BP Money, está valendo a pena investir na estatal para garantir seus gordos proventos.  

Em 28 de junho, a petroleira superou todas as expectativas dos economistas e registrou um lucro de R$ 45 bilhões no segundo trimestre deste ano, representando uma alta de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além do balanço surpreendente, no mesmo dia, a Petrobras fez um anúncio que caiu como uma bomba no mercado: os dividendos pagos por ação PETR3 e PETR4 seriam de R$ 6,73, valor muito acima dos proventos de outras empresas. 

Em um momento em que muitos brasileiros estão se entusiasmando pelas ações de empresas que pagam remunerações gordas para seus acionistas, não foi surpreendente observar uma maior demanda e uma disparada dos papéis da petroleira na semana passada.

Petrobras (PETR3;PETR4) se encontra em bom preço para curtir os dividendos?

De acordo com Bruno Vieira, sócio fundador da W4 Capital, os papéis da petroleira ainda não atingiram seu teto e podem valorizar até as eleições, período que trará muita incerteza a respeito do futuro da estatal.

“Há um upside de 5,3% para a Petrobras, visto que o papel está próximo a sua máxima histórica. Porém, há uma grande incerteza do mercado quanto a política de preço e o próximo governo, visto que a empresa é uma estatal”, relatou.

Segundo Sidney Lima, analista da Top Gain, as ações da petroleira estão num bom preço, visto que a estatal tem apresentado um ótimo fluxo de caixa e lucros acima do esperado.

“Se considerarmos os múltiplos da empresa, ela esta em um bom preço de aquisição principalmente se considerarmos a alta lucratividade que tem sido reportado nos últimos resultados”, relatou.

Corroborando com o pensamento de Lima, Bruno Vieira, sócio fundador da W4 Capital, acredita que os papéis da petroleira ainda não atingiram seu teto e podem valorizar antes das eleições, período que trará muita incerteza a respeito do futuro da estatal.

“Há um upside de 5,3% para a Petrobrás. Porém, o mercado não sabe o que irá acontecer quanto a política de preço e o próximo governo. Vale lembrar que a empresa é uma estatal”, afirmou.

Está valendo a pena investir nas ações da Petrobras visando apenas o ganho de dividendos?

Carlos Neto, broker de Renda Variável da W4, relata que os resultados do segundo trimestre fizeram com que as ações PETR3 e PETR4 se tornassem boas opções para quem investe visando o ganho de dividendos.

“Os resultados obtidos no segundo trimestre deste ano levam a crer que sim. O mercado foi surpreendido positivamente, pois a Petrobras aproveitou oportunidades como as oscilações internacionais no preço do petróleo e o crescimento no volume de vendas”, disse.

“Por esses motivos, o Dividend Yield chegou a 20,8%, colocando as ações num patamar de R$ 6,73. Esse fato coloca a Petrobras como uma boa opção para a carteira de dividendos para quem tem a estratégia de reinvestir na empresa e aumentar sua participação”, completou.

Segundo Vieira, os papéis PETR3 e PETR4 se tornaram indispensáveis para quem investe com a intenção de acumular proventos. 

“A Petrobras surpreendeu o mercado de uma forma positiva, com ótimos resultados no segundo trimestre. Para uma estratégia de carteira de dividendos é uma ação que não pode faltar na carteira e com os dividendos distribuídos você pode reinvestir na empresa aumentando a sua participação na empresa”, afirmou.

Em contrapartida, Lima diz que não é vantajoso investir numa empresa somente pelos dividendos, pois os valores são descontados posteriormente do preço da ação. Apesar disso, acredita que o investimento pode ser feito caso o agente financeiro acredite na recorrência do provento no futuro.

“Não vale entrar em uma empresa somente pelos dividendos, considerando que os valores distribuídos são descontados do preço da ação. Contudo a recorrência dessa distribuição está relacionada a alta capacidade de geração de caixa, o que torna viável o investimento acreditando na recorrência”, explicou.

Como os papéis da Petrobras, após o pagamento de dividendos, irão se portar?

Vieira relata que há uma indecisão sobre o futuro das ações da Petrobras. A eleição de outubro, que definirá a continuidade de Jair Bolsonaro (PL) ou a ascensão de um novo presidente, e as dúvidas dos investidores se a estatal será capaz de gerar fluxo de caixa podem causar oscilações no preço das ações até a definição das eleições.

“O que o mercado está de olho para a empresa são: 1° as eleições para o próximo governo em outubro, o que o próximo governo está pensando para a empresa e se eles irão interferir na política de preço da empresa; 2° se a empresa será capaz de continuar crescendo de forma saudável para gerar lucros e distribuindo dividendos atrativos. Devido a esses dois pontos as ações da empresa podem apresentar volatilidade nos seus preços até a definição das eleições”, afirmou.

Com pensamento similar ao de Vieira, Neto também acredita que as eleições brasileiras irão agitar os papéis da petroleira. Segundo ele, a escolha de um novo presidente causa incerteza sobre a política de preços da Petrobras.

“Acredito que o cenário é de volatilidade nos preços das ações da Petrobras enquanto o governo brasileiro não tem seu representante definido para o próximo mandato, já que isso irá interferir na política de preço adotada pela estatal, além de outras decisões estratégicas”, disse.

Quais são as perspectivas para os papéis da Petrobras para os próximos anos?

De acordo com Lima, investir na estatal visando ganhos a longo prazo é algo positivo, visto que a empresa domina o mercado de petróleo no País e a sociedade depende desse bem. 

“Acredito que no longo prazo seja um bom investimento, considerando a capacidade de geração de caixa, domínio de mercado e o fato de que a sociedade possui uma grande dependência do fornecimento da empresa”, contou.

Neto, em contrapartida, é mais cauteloso ao falar sobre o futuro da petroleira. Segundo ele, as expectativas futuras da companhia de petróleo dependem das eleições de outubro e quais serão as posturas adotadas pelo Governo eleito.

“As eleições de outubro têm influência sobre o futuro da Petrobras. É preciso analisar como o Conselho irá agir na política de preços da estatal. Hoje, trata-se de uma empresa com grande importância para o Brasil, que se destaca entre as maiores petroleiras do mundo e que possui um plano estruturado de investimentos para pagar dívidas e gerar caixa”, explicou.

Vieira compartilha do mesmo pensamento de Neto.

“A Petrobras é a principal empresa do Brasil e uma das maiores petroleiras do mundo. A empresa possui uma grande expertise na exploração de petróleo, geração de caixa e um plano bem estruturado para desinvestimentos para pagar suas dívidas e gerar caixa. Tudo vai depender do próximo governo e como o conselho da empresa irá se comportar com a política de preços da empresa”.