Petrobras (PETR4): Cade adia julgamento sobre venda da Reman

Processo foi postergado pela conselheira Lenisa Prado

A decisão sobre a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) pela Petrobras (PETR3;PETR4) para a Reman Participações, do Grupo Atem, foi adiada pela conselheira do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Lenisa Prado, nesta quarta-feira (03). A próxima sessão do Conselho deve ocorrer em 15 dias. 

A venda da refinaria faz parte de um acordo firmado entre o Cade e a petroleira em 2019. Para não comprometer a concorrência, a estatal prometeu vender oito das suas 15 refinarias. Até o momento, somente uma refinaria foi repassada, para o fundo Mubadala, na Bahia.

Além da refinaria na Bahia e do Reman, a Petrobras já fechou acordos para a SIX (PR) e a Lubnor (CE) e retomou o processo de venda de mais refinarias:: Rnest (PE), Refap (RS) e Repar (PR).

Em maio deste ano, a Superintendência-Geral do Cade chegou a aprovar a venda da Reman, porém Prado, relatora do caso, acabou reabrindo a análise, fazendo com que o processo chegasse ao Tribunal. Localizada no Amazonas, a Raman foi comprada em 2019 por US$ 189,5 milhões. 

A aprovação foi questionada por empresas distribuidoras de derivados, que argumentaram ao tribunal que a superintendência não considerou a atuação do grupo Atem em mais de um elo da cadeia.

Apesar do “Broadcast”, do grupo “Estadão”, ter apurado que a tendência é que Prado vote pela aprovação do negócio, outros conselheiros entendem que, caso efetuado o acordo com a Petrobras, o grupo Atem passaria a controlar todos os terminais de embarcações de longo curso de Manaus. Assim, seria necessário algum tipo de controle do Conselho.

Ações da Petrobras (PETR4) disparam em um ano

O impasse na venda da refinaria chega num bom momento da Petrobras (PETR3;PETR4). Nos últimos 12 meses, acompanhando a valorização do barril de petróleo, os papéis ordinários (PETR3) subiram 90%, com um salto de R$ 19,45 para R$ 36,96. As preferenciais (PETR4) saltaram de R$ 18,61, em 26 de julho de 2021, para R$ 34,15 na última sexta-feira (29), um aumento de 83,5%.

O petróleo tipo Brent, usado como referência pela Petrobras, fechou a última semana cotado a US$ 110, uma alta de mais de 2%. A expectativa pessimista de uma menor oferta global em meio à guerra na Ucrânia e relatos de menor produção em junho pela Opep+ (Organização de Países Exportadores de Petróleo e Aliados) forçaram uma alta da commodity.