Nubank (NUBR33) não é rentável por decisão própria e tem foco no futuro, diz Vélez

CEO da fintech afirmou que o banco é pensado para ter lucro em algumas décadas, não agora

O CEO do Nubank (NUBR33), David Vélez, afirmou que é uma decisão do próprio banco não ser rentável neste momento. Em entrevista do “Brazil Journal”, Vélez mostrou despreocupação com a desvalorização da ação do Nubank nos últimos meses.

Desde o IPO do Nubank, em dezembro do ano passado, o papel do banco caiu cerca de 60%. Mas Vélez afirma que afirma que a fintech é pensada para daqui a duas ou três décadas.

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“Isso significa que temos que investir muito hoje para que daqui a 10 anos o lucro seja grande, e a empresa, muito maior. Hoje não somos rentáveis por decisão própria. Se eu parar de crescer, de investir no México, ou em novos produtos, eu já gero centenas de milhões de reais de lucro. Mas seria sacrificar o valor da empresa daqui a 5 ou 10 anos”, afirmou o CEO.

Na entrevista, Vélez falou que muitos veem o Nubank como “conservador” na concessão de crédito, mas que esta estratégia lhes dá confiança para continuar crescendo. Segundo o executivo, a taxa de aprovação dos solicitantes de cartão de crédito sempre se manteve entre 15% e 20%. Além disso, somente 6 milhões (10,5%) dos 57 milhões de clientes têm acesso a empréstimo pessoal no aplicativo.

De acordo com Vélez, o Nubank vai “atrás dos bons clientes dos bancões” e escolhe os melhores. Além disso, afirmou que 90% dos clientes foram “roubados” dos bancos tradicionais, uma vez que o Nubank não cobra tarifas e oferece melhores serviços.

“São clientes classe A, B e C, geralmente jovens, com uma renda média menor mas que cresce com velocidade. Mas não são clientes desbancarizados. Nós estamos roubando market share, não estamos aumentando o tamanho do mercado, ainda”, afirmou, desmentindo uma opinião popular de que a maioria de sua base de clientes é composta por “desbancarizados”.

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Vélez também comentou que grande parte do dinheiro levantado no IPO será utilizado para fusões e aquisições mais agressivas. “Em princípio, pode ser duas coisas: ou novas verticais de negócios, nos moldes do que fizemos com a EasyInvest, quando entramos em investimentos, ou “acquihires”, em que você compra empresas para trazer os talentos”, disse, em relação à perspectiva de crescimento do Nubank.