Nova opção: Apple quer transformar iPhone em 'maquininha'

A Apple comprou uma startup por US$ 100 milhões para viabilizar a operação.

A  Apple Inc. está planejando adicionar um novo serviço aos iPhones, no qual permitirá que pequenas empresas aceitem pagamentos diretamente de seus aparelhos telefônicos, sem a adição de nenhum hardware, excluindo a intermediação de adquirentes – companhias de maquininha de cartão. As informações são da Bloomberg.

A ideia vem sendo desenvolvida desde 2020, quando desembolsou aproximadamente US$ 100 milhões por uma startup canadense, a Mobeewave, que já desenvolveu tecnologia para smartphones aceitarem pagamentos com o toque do cartão de crédito.

Para que o aparelho da empresa aceite a nova modalidade, atualmente o comerciante precisa de um terminal de pagamento – ou maquininhas – que se comunicam com o celular através do Bluetooth. O próximo passo é fazer o iPhone aceitar transferências com cartão através de aproximação, descartando o intermediário da operação, ou seja, a maquininha.

A organização não deixou claro se o novo sistema será parte do Apple Pay, porém, a equipe vem trabalhando na divisão do segmento desde que a Mobeewave foi trazida

Quem isso afeta?
O movimento afeta os provedores de pagamento que dependem da companhia, como o Square, da Block Inc.. Contudo, se a Apple permitir que outros aplicativos usem a tecnologia, o Square não sofrerá tanto, mas se a empresa exigir que os empreendedores utilizem somente o Apple Pay – o sistema de processamento de pagamentos da empresa –, o Square deve ser fortemente impactado.

Com a exclusão das adquirentes, que geralmente estão ligadas a alguma outra instituição financeira, o mercado de pagamentos muda de mãos.

Agora, além dessas instituições financeiras competirem entre si – bancos tradicionais, fintechs, entre outros – elas terão mais uma concorrente, a Apple, que deve trazer uma solução mais prática.

Em outras palavras, o pequeno comércio, como barbearia, salão de beleza, lanchonetes etc., terá mais uma alternativa para receber pagamento de seus clientes, podendo andar com a “maquininha” o tempo inteiro, o celular. Além disso, sem a necessidade de hardware, os empreendedores pagaram menos taxas.

A pesquisa “Uso de Maquininha 2021”, divulgada em junho do ano passado pelo Sebrae, mostrou que cerca de 56% dos 3.500 empresários entrevistados adquiriram uma maquininha de cartão de crédito e débito. Em cinco anos esse percentual cresceu 43%.

O levantamento apontou que os MEIs e empresários de micro e pequenas empresas levam em consideração os custos para escolher sua intermediária. Como foi antecipado pelo Instituto Propague, 76% optaram por organizações com menores taxas e outros 56% priorizaram não pagar aluguel.

A partir disso, é possível desenhar quantitativamente a preferência dos comerciantes por uma nova modalidade de pagamento ao alcance da mão e sem taxas.