Lucro das varejistas deve cair 34% no 4T22, diz BTG

Queda deve acontecer em decorrência do cenário macroeconômico

O BTG Pactual informou que a correlação entre o cenário macroeconômico (com a inflação alta e o menor poder de compra do brasileiro) e o varejo deve impactar os resultados das companhias varejistas no quarto trimestre de 2022. As informações são do jornal “Valor Econômico”. 

De acordo com os analistas Luiz Guanais, Gabriel Diselli e Victor Rogatis, os números devem apresentar alta em relação ao quarto trimestre de 2019 (período pré-pandemia), com aumento de 52% nas receitas, enquanto o Ebitda (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve subir 12%. 

Em relação ao lucro, a queda frente ao quarto trimestre de 2019 deve ser de 34%. A justificativa é de que a maior taxa de juros impulsiona despesas financeiras e corrói o lucro das empresas. 

Mesmo as companhias focadas em e-commerce devem ver redução no lucro, visto que diminuíram os investimentos para manter lucratividade. 

Em relação ao varejo e ao consumo discricionário, o BTG aposta em companhias ligadas a alta renda, como Grupo Soma e Arezzo.

O BTG também aponta que varejistas de vestuário, como Lojas Renner e C&A, devem ter crescimento de custos de serviços financeiros, infuenciando negativamente seus resultados. 

Com dívida de R$ 43 bilhões, Americanas pede recuperação judicial

No cenário do varejo discricionário e das companhias de ecommerce, a Americanas tem roubado a cena nas últimas semanas. A companhia entrou com pedido de recuperação judicial na última quinta-feira (19). As dívidas da varejista somam R$ 43 bilhões e envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores.

“O Grupo Americanas confia, portanto, que a recuperação judicial constituirá instrumento capaz de levar à reestruturação de suas dívidas e à adequação de sua estrutura de capital, com absoluto respeito aos direitos e prioridades das diversas categorias de credores, de modo a permitir que possam continuar a exercer suas atividades, gerando, dessa forma, riqueza e empregos, com inegáveis benefícios à comunidade e ao país”, disseram os advogados da Americanas.