Espaçolaser (ESPA3) pode recomprar dívida para impedir quebra de acordo, diz jornal

De acordo com o "Valor Econômico", um descumprimento contratual poderia piorar a situação financeira da companhia

A Espaçolaser (ESPA3) pode recomprar a dívida emitida em julho do ano passado, de R$ 250 milhões, tentando se antecipar de obrigações contratuais assumidas na emissão de uma dívida, disseram fontes ao jornal “Valor Econômico”. 

Uma quebra de contrato poderia atrapalhar o desempenho dos papéis da companhia no mercado secundário, dificultando a situação econômica da empresa. 

O compromisso assumido pela empresa era de que a relação dívida líquida/Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deveria ficar em 2,5 vezes. Diante da piora financeira da companhia, esse múltiplo pode subir para 3,5 vezes.

Segundo o “Valor Econômico”, a Espaçolaser procurou alertar os fundos de investimento que detêm os papéis desse risco e propôs um waiver (pedido de perdão ou adiamento de uma dívida), que foi negado. A visão é de que as condições em que a dívida foi emitida levavam em conta um contexto de baixa alavancagem e que a mudança desse quadro deixa os credores desconfortáveis em manter o papel.

O alongamento de prazos para pagamento aos clientes também foi uma estratégia que consumiu mais capital da companhia, pesando sobre o Ebitda e, assim comprometendo a capacidade de cumprimento do acordo ao longo do tempo.

A empresa sinalizou a busca de uma nova modalidade de financiamento para recomprar os papéis. Nessas condições, os credores concordariam em vender os papéis nas mesmas condições em que eles foram comprados.

A  companhia emitiu duas séries de debêntures, de 3 e 5 anos, às taxas de CDI + 2% e CDI + 2,5%, respectivamente. A empresa fez a captação desses recursos, em sua primeira atuação no mercado de crédito privado, com o objetivo de expandir sua rede e recomprar suas franquias. 

Na última quinta-feira (23), a Espaçolaser anunciou a renúncia do atual presidente Paulo Morais e a escolha de Paulo Camargo, que comandava a Arcos Dorados no Brasil.