Eletrobras (ELET6) sairá das mãos da União em caso de capitalização

Maior companhia de energia elétrica do Brasil pode ser a primeira empresa privatizada na gestão de Paulo Guedes

O ministro da Economia Paulo Guedes está próximo de concretizar a sua primeira privatização. A Eletrobras (ELET6) deve ser repassada à iniciativa privada onde os acionistas serão sócios de uma corporation, empresas cujo controle é pulverizado.

A Eletrobras é a maior empresa de energia elétrica do Brasil.

Caso a mudança, que está em análise no TCU (Tribunal de Contas da União), o controle da companhia sairá das mãos da União, que possui atualmente o maior número de indicações para o conselho de administração.

De acordo com especialistas ouvidos pela “Folha de S.Paulo”, a empresa ganhará mais agilidade e eficiência, principalmente pelo corte de custos e das limitações impostas pela legislação.

Além disso,  a Eletrobras privatizada pode passar por um processo semelhante ao que ocorreu com a Vale, que depois da privatização passou a ser controlada por meio de um acordo de grandes acionistas, com participação da União via fundos de pensão de estatais e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Eletrobras: modelo de capitalização ainda não está confirmado e depende do TCU

Contudo, no caso da companhia de energia elétrica, a mudança ainda não está garantida. O controle da empresa poderá mudar caso o governo federal consiga o aval do TCU para realizar a capitalização, se desfazendo de papéis na B3, a Bolsa brasileira sediada em São Paulo, e na Bolsa de Nova York.

Se o modelo de capitalização for aprovado nestes moldes, a União não entrará com recursos. Com isso, reduziria a sua participação a no máximo 45% do capital da empresa, abrindo mão do controle.

“O controle diluído é algo favorável por ser possível tentar buscar uma equidade em relação aos acionistas controladores. A rigor todos são acionistas, mas, quando fica desproporcional o poder dos majoritários, criam-se desigualdades, o que pode ser perverso”, avaliou Cláudia Yoshinaga, professora da FGV (Fundação Getúlio Vargas) em entrevista à “Folha de S.Paulo” sobre a Eletrobras.