Credit Suisse admitiu criminosos como clientes, aponta vazamento

O banco teria aceitado corruptos, suspeitos de crimes de guerra, traficantes de seres humanos, de drogas e outros criminosos.

O maior banco da Suíça, Credit Suisse, teve seus dados vazados, de acordo com informação divulgada neste domingo (20) pelo jornal alemão Sueddeutsche Zeitung e outros meios de comunicação.

Os dados vão da década de 1940 até a década passada e indicam que o Credit Suisse aceitou “autocratas corruptos, suspeitos de crimes de guerra, traficantes de seres humanos, traficantes de drogas e outros criminosos” como clientes.

De acordo com o jornal alemão, a possível falha de due diligence (investigação e análise) em muitas verificações revelou detalhes das contas de mais de 18 mil clientes.

Anteriormente, os dados foram recebidos por meio de uma caixa de correio digital segura há mais de um ano, sem estar claro se a fonte era um indivíduo ou um grupo, informa o jornal alemão. As informações foram avaliadas com o Projeto de Reportagem sobre Crime Organizado e Corrupção e dezenas de parceiros de mídia, incluindo o The New York Times e o The Guardian.

Em resposta à situação o banco suiço declara que “rejeita veementemente as alegações e insinuações sobre as supostas práticas comerciais do banco” e afirmou que as alegações são “predominantemente históricas”, que “os relatos sobre esse assunto são baseados em informações parciais, imprecisas ou seletivas tiradas de contexto, resultando em interpretações tendenciosas da conduta comercial do banco”.

Quanto às contas que permanecem ativas, o banco declarou que é “confortável que a devida diligência apropriada, revisões e outras medidas relacionadas ao controle tenham sido tomadas de acordo com nossa estrutura atual”. O banco também disse que a lei o impede de comentar sobre “potenciais relacionamentos com clientes”.