Como Apple se tornou maior varejista do mundo?

Dentre as 10 varejistas que mais vendem no mundo, a companhia fundada por Steve Jobs é a única do setor de tecnologia

A segunda empresa mais valiosa do mundo, com valor de mercado de US$ 2,41 trilhões, a Apple é a varejista que mais vende no planeta, adotando uma estratégia que é inovadora até os dias de hoje. A companhia arrecada US$ 5,546 por m² e, entre as 10 varejistas que mais vendem, a Apple é a única empresa do ramo de tecnologia no ranking, segundo levantamento do eMarketer.

Atualmente, a companhia tem mais de 500 Apple Stores em 20 países ao redor do mundo e revolucionou o varejo físico, inspirando até mesmo a sua companheira de Big 5, a Microsoft. Só no terceiro trimestre, a Apple registrou receita de US$ 83,4 bilhões, destacando a volta das vendas em suas lojas físicas.

Mas afinal, como a Apple conseguiu ser a empresa que mais vende com lojas físicas no mundo?

O surgimento da idéia de Steve Jobs

Para compreender o início da Apple no varejo é importante entender um pouco da história da companhia. A maçãzinha foi fundada em 1976 e inicialmente era uma empresa focada na distribuição de computadores. Após desenvolver o primeiro computador de interface gráfica visível do mundo, o Macintosh. 

Após o lançamento, a Apple explodiu no mercado de eletrônicos e em 1998, após a volta de Steve Jobs, foi lançado o iMac, que consolidou a empresa de vez no setor.  Até então, todos os produtos da maçazinha eram vendidos por meio de varejistas parceiros e, constantemente a Apple recebia reclamações pelo “seu” atendimento.

Com o sucesso da companhia, no início dos anos 2000, Steve Jobs planejava lançar a primeira loja física da Apple, sem depender das grandes redes de varejo. Porém, o magnata tinha receio da ideia, as experiências de clientes com o setor eram, geralmente, terríveis. Foi aí que Jobs teve a grande genialidade de trazer a experiência de atendimento de hotéis de luxo para o varejo.

Mas como fazer isso? Primeiro, o ex-presidente da Apple criou o “Genius Bar”, uma central de atendimento de aparência acolhedora onde os clientes podiam solicitar suporte e pedir mais informações sobre os seus produtos. Os executivos da Apple perceberam que a grande chave para o sucesso das lojas seriam os funcionários, denominados de Geniuses.

Assim, a Apple criou um programa de recrutamento e treinamento bastante específico, enquanto as grandes varejistas tinham pressa para contratar, a Apple não. Os candidatos tinham que passar por duas etapas intensas, a primeira com entrevistas sobre liderança, solução de problemas e especificidades sobre os produtos da companhia. A segunda com o treinamento seguindo o manual “Genius Training Student Handbook”, onde se apresenta o passo a passo para atender melhor o cliente.

Uma frase famosa do ex-executivo da Apple, Ron Johnson é : “ A Apple está no negócio de relacionamento tanto quanto no negócio de computadores”.

O Resultado

Lançando suas primeiras Apple Stores apenas em 2001, as lojas receberam mais de 7500 clientes e arrecadaram mais de US$ 599 mil em apenas um final de semana e, vale destacar, na época ainda não existia o Iphone. Na madrugada de segunda-feira de madrugada, após o final de semana de estreia, já haviam mais de 500 fãs da marca esperando a loja abrir.

O sucesso foi imediato, abrindo espaço para a expansão ao redor do mundo. Em 2003, a empresa abriu sua primeira loja oficial internacional em Tóquio. No mesmo ano, foi lançado o Power Macintosh, que custava a partir de US$ 2,4 mil dólares e foi um sucesso no próprio Japão.

Até que em 2007, talvez, o maior “boom” de uma empresa na história, o lançamento do primeiro Iphone, o que revolucionou de vez o mercado. A Apple foi a primeira empresa a atingir a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado e com certeza não revolucionou apenas o varejo, mas também a tecnologia.