Tesouro Direto: títulos seguem em alta após suspensão das negociações

Antes da interrupção, o mercado registrava quarto dia consecutivo de altas

As taxas dos títulos negociados no Tesouro Direto têm alta nesta segunda-feira (9), em dia de aversão a riscos. Por volta das 14h (de Brasília) as negociações foram interrompidas devido à alta volatilidade nos preços. Às 15h26, o sistema já havia retornado à normalidade. 

A compra e venda de títulos é suspensa pelo Tesouro para evitar que o investidor feche transações a um preço que possa ficar rapidamente defasado.

Entre os títulos do Tesouro Prefixado, o 2033, com juros semestrais, apresenta a maior taxa de retorno, de 12,61% e investimento mínimo de R$ 35,62. A taxa é um pouco mais baixa que o observado na sexta-feira (6), quando chegou ao valor recorde de 12,63%. Os títulos com vencimento em 2025 e 2029 entregavam rentabilidade de 12,51% e 12,53%, respectivamente. 

Já os títulos atrelados à inflação operam em alta. O Tesouro IPCA+ 2055 com juros semestrais oferece retorno de 5,81%, ante 5,80% na sexta-feira. Os Tesouro IPCA+ 2032 e 2040 com juros semestrais tinham taxas de 5,67% e 5,71%. O IPCA6 2026 entregava 5,50%, enquanto os com vencimento em 2035 e 2045 oferecem rentabilidade de 5,72%. 

Antes da suspensão da negociação dos títulos, o mercado registrava o quarto dia consecutivo de altas. Às 9h20, os juros oferecidos pelo Tesouro prefixado 2029 estavam em 12,71%, maior taxa entregue pelo título, que começou a ser negociado em fevereiro deste ano. 

Repercutem no mercado nesta segunda-feira dados referentes à desaceleração econômica da China. As exportações do país aumentaram 3,9% em abril em relação ao ano anterior, o que representa uma queda acentuada na comparação com o crescimento de 14,7% registrado em março. Trata-se do ritmo mais lento desde junho de 2020. Os números mostram que o setor comercial da China está perdendo força devido aos lockdowns impostos no país para conter o surto de covid-19.

Além disso, influenciam na variação das taxas do Tesouro Direto a queda no preços das commodities, como o petróleo. No Brasil, os investidores esperam a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada na terça-feira (10). Na quarta, serão apresentados os dados da inflação brasileira.