Tesouro Direto: títulos são negociados em alta após divulgação do IPCA

Os mercados repercutem os dados da inflação do Brasil e dos EUA

Os títulos do Tesouro Direto são negociados em alta nesta quarta-feira (11), em dia de divulgação de dados da inflação. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 1,02% em abril, o maior resultado para o mês desde 1996, quando registrou alta de 1,26%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 12,13%. 

Às 15h28 (de Brasília), o Tesouro Prefixado 2025 oferecia rentabilidade de 12,52%, acima dos 12,43% registrados na terça-feira. O Prefixado 2029 entregava juros de 12,54%, enquanto o Prefixado 2033 oferecia 12,66%, ante 12,60% no último fechamento.

Dentre os títulos atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2035 e 2045 eram o destaque, entregando 5,83%. O Tesouro IPCA+ 2026 pagava 5,60%, a investimento mínimo de R$ 31,31. Já os títulos com juros semestrais e vencimento em 2032 e 2040 ofereciam rentabilidade de 5,76% e 5,80%. O Tesouro IPCA+ 2055 continua com negociações suspensas, uma vez que pagará juros semestrais na próxima segunda-feira (16).

Nos EUA, os dados da inflação também entraram no radar dos investidores. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,3% em abril na comparação com o mês anterior. Na comparação com abril do ano passado, a alta foi de 8,3%. O resultado veio abaixo da alta de 1,2% registrada em março, mas acima do esperado pelo mercado. Segundo o consenso Refinitiv, a projeção era de alta de 0,2%.

O núcleo da inflação, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, teve alta de 0,6% em abril na comparação mensal e 6,2% na anual. O resultado veio acima do registrado em março, de 0,3%, e também da expectativa do mercado. A alta do núcleo da inflação indica que o aperto econômico nos EUA pode durar mais tempo do que o esperado. 

Os dados da inflação dos EUA devem influenciar na postura do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) em relação aos juros no país. Com a notícia, o rendimento dos Treasuries (títulos públicos norte-americanos) voltou a ultrapassar a casa dos 3%, o que afeta as taxas dos títulos do Tesouro Direto no Brasil.