Tesouro Direto: taxas de títulos públicos operam em queda apesar da alta do IPCA-15

O índice, considerado uma prévia da inflação no Brasil, acelerou 1,73% em abril

Os títulos do Tesouro Direto são negociados em baixa nesta quarta-feira (27). Às15h19, o Tesouro Prefixado 2025 oferecia rentabilidade anual de 12,08%, ante os 12,18% verificados no dia anterior. Os títulos prefixados com vencimento em 2029 e 2033 entregaram juros reais de 12,13% e 12,23%.

O Tesouro IPCA+ 2026 oferece rentabilidade de 5,37%, valor pouco menor que os 5,39% de terça-feira (26). Os títulos IPCA+ 2035 e 2045 entregam juros anuais de 5,64%. Já entre os títulos com juros semestrais, o Tesouro IPCA+ 2055 oferece a maior rentabilidade, de 5,78%, e investimento mínimo de R$ 41,63. Os títulos com vencimento em 2032 e 2040 entregam 5,56% e 5,64%, respectivamente. 

No cenário nacional, influencia na taxa dos títulos públicos a divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15). Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a prévia da inflação ficou em 1,73% em abril, ante crescimento de 0,95% em março. Trata-se da maior taxa para o mês de abril desde 1995. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 12,03%.

A gasolina foi a principal responsável pela alta da inflação no mês, respondendo por 0,48 ponto percentual. O preço do diesel, do etanol e do gás veicular também subiu, o que fez com o grupo de transportes respondesse pela maior parte da alta do índice. Em seguida, vieram os grupos de alimentação e bebidas, seguido por vestuário e habitação. 

Apesar de o IPCA-15 ter vindo alto para o mês de abril, o número ficou abaixo do esperado pelo consenso do mercado, que projetava o índice entre 1,82% e 1,90%. Com isso, alguns gestores receberam o indicador como uma notícia positiva. Ao mesmo tempo, o Ibovespa avança 1,10%, operando próximo aos 108.401 pontos. 

No entanto, segue pesando nas taxas do Tesouro Direto o cenário de desaceleração econômica na China. Investidores estão receosos com as perspectivas de menor crescimento global, após o país asiático adotar novas medidas de restrição para conter o avanço da covid-19. Por fim, preocupam os mercados a notícia de que a Rússia suspendeu o fornecimento de gás para a Polônia e a Bulgária