Sami demite 75 funcionários em reestruturação para "se tornar mais sustentável"

A healthtech desligou nesta terça-feira (14) cerca de 15% de seus 550 colaboradores

A Sami, healthtech brasileira que levantou R$ 111 milhões há seis meses, demitiu nesta terça-feira (14) cerca de 75 de seus 550 funcionários. A empresa confirmou o número de desligamentos ao BP Money, alegando que o corte corresponde a 15% do quadro de funcionários atualmente.

De acordo com um ex-funcionário da Sami no LinkedIn, a decisão desta terça-feira (14) foi tomada pelo mau momento da economia e da empresa. Em resposta à reportagem, a startup alegou estar reavaliando a operação para se tornar mais sustentável. “Diante disso, revimos nossa estrutura organizacional e optamos por reduzir o quadro de funcionários”, afirmou por meio do posicionamento.

De acordo com o portal “Brazil Journal”, a justificativa da startup é de que ela tem uma queima de caixa “elevadíssima” (R$ 7,5 milhões por mês) e que está sendo pressionada pelos fundos de venture capital para atingir o breakeven (ponto de equilíbrio). 

O fundador da healthtech, Victor Asseituno, confirmou as demissões e afirmou que a empresa está tendo que encontrar um caminho para reduzir custos e chegar na sustentabilidade do negócio.

“Em dezembro, quando levantamos a última rodada, o que o mercado queria era alto crescimento. E crescemos 6x nos últimos dozes meses. Agora o cenário é outro.”, afirmou o fundador. 

A Sami agora faz parte de uma lista cada vez mais extensa de startups que estão fazendo desligamentos nos últimos meses, incluindo unicórnios como o Quinto Andar, Loft e Kavak, além de empresas de investimentos como a Empiricus e o Grupo Primo. Neste momento, mais de 20 startups já demitiram desde o início de 2022, de acordo com levantamento feito pelo site “layoffs Brasil”.

A healthtech brasileira foi fundada em 2019 por Asseituno. Um ano após sua criação, a companhia criou um plano de saúde que já soma mais de 7.000 vidas. A Sami tem entre seus investidores fundos como Valor Capital, Monashees e Redpoint. 

As demissões da Sami representam uma virada de ciclo global no mercado de Venture Capital, que tem reduzido a liquidez para startups e tornado cada vez mais urgente a redução de custos para garantir a sustentabilidade do negócio.

Leia o posicionamento da Sami sobre as demissões desta terça-feira (14):

Entendemos que é importante, e faz parte do nosso amadurecimento como empresa, analisar estrategicamente pontos a serem melhorados quanto à eficiência, e recalcularmos a rota para seguirmos avançando de forma sustentável. Diante disso, revimos nossa estrutura organizacional e optamos por reduzir o quadro de funcionários. Uma decisão dolorosa, mas necessária, e nada tem a ver com o desempenho ou potencial de cada colaborador que, vale ressaltar, valorizamos imensamente e agradecemos por todo o trabalho realizado para construção de nossa história. Seguimos em nossa missão que é continuar avançando e possibilitando que cada vez mais pessoas tenham acesso a saúde de qualidade no país.