Presidente do Banco Central Europeu alerta sobre aumento da taxa de juros

 

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, citou nesta segunda-feira (20) a possibilidade de novos aumentos da taxa de juros da zona do euro nas próximas reuniões do comitê de política monetária para conter a inflação do bloco europeu. 

“A calibragem do aumento de juro dependerá do cenário da inflação de médio prazo. Se o cenário de inflação de médio prazo persistir ou deteriorar, um aumento maior será apropriado na reunião de setembro”, afirmou.

De acordo com Lagarde, um caminho de mais altas graduais além de setembro poderá ser apropriado: “em linha com nosso compromisso com a meta de juro de médio prazo de 2%, o ritmo em que ajustaremos nossa política monetária dependerá de novos dados e de como se comportará a inflação no médio prazo”.

Ainda nesta segunda-feira, Lagarde afirmou que o BCE deve se manter atento aos riscos de recessão, mesmo admitindo que uma recessão não seja o cenário base para a zona do euro.

“A atividade na zona do euro está sendo prejudicada pelos elevados custos da energia, pela intensificação das perturbações da oferta e pela maior incerteza”, destacou, durante discurso no Parlamento Europeu. 

“A agressão injustificada da Rússia à Ucrânia está afetando gravemente nossa economia, e as perspectivas ainda estão cercadas de alta incerteza”, completou.

A banqueira francesa também afirmou que os preços subiram mais devido a novos gargalos de oferta em meio à recuperação da demanda doméstica, especialmente no setor de serviços. 

“Esperamos que o crescimento dos salários negociados se fortaleça ligeiramente ao longo de 2022 e depois permaneça acima dos níveis médios para o horizonte de projeção, apoiado por mercados de trabalho apertados, aumentos dos salários mínimos e alguns efeitos de compensação pelas altas taxas de inflação”, ressaltou.

Além disso, a presidente do Banco Central Europeu afirmou estar otimista em relação ao setor de serviços e que espera um fortalecimento deste setor nos próximos meses com a diminuição das medidas restritivas por conta da pandemia da covid-19 e o aumento do turismo.