Itaipava: Petrópolis pede recuperação judicial com dívida de R$ 4,4 bi

Cervejaria é concorrente da Ambev (ABEV3) e viu seu volume de vendas cair a partir de 2021

O Grupo Petrópolis, concorrente da Ambev (ABEV3) no mercado brasileiro de cerveja, entrou com pedido de recuperação judicial na segunda-feira (27), em caráter de urgência. O processo está sob segredo de Justiça e, de acordo com o documento obtido pelo BP Money, a dívida soma R$ 4,4 bilhões.

O grupo apresentou o pedido à 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e incluiu mais de 30 empresas do Petrópolis, incluindo os braços do grupo que atuam na geração e comercialização de energia e no setor agropecuário.

A empresa é dona de marcas conhecidas no mercado, como Itaipava, Petra e Crystal, e passa por uma crise de liquidez há 18 meses, vendo o volume de vendas cair desde 2021, segundo afirmaram os advogados do grupo.

“Nesse período, houve drástica redução em sua receita, fruto da queda no volume das vendas: dos 31,2 milhões de hectolitros de bebida vendidos no ano de 2020, nos anos de 2021 e 2022 o volume caiu para 26,4 e 24,1 milhões de hectolitros, respectivamente”, informou a petição.

Pedido de tutela cautelar urgente

Além da recuperação judicial, o documento também aponta para um “pedido de tutela cautelar incidental cuja imediata concessão é indispensável para evitar o iminente estrangulamento do fluxo de caixa do Grupo Petrópolis, um dos maiores grupos empresariais do País”.

O pedido de tutela foi concedido, nesta terça, pela juíza Elisabete Franco Longobardi e determinou a liberação dos recursos da companhia por Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa. A juíza também nomeou como administradores judiciais o escritório de advocacia Zveiter e a empresa Preserva-Ação, do advogado Bruno Rezende.

A empresa afirma no documento que as medidas são urgentes para evitar “iminente estrangulamento do fluxo de caixa”. A urgência também se justificava pelo fato de que, ontem, vencia uma parcela de R$ 105 milhões de uma dívida financeira.