Petrobras (PETR4) nega negociação de política de preços com o Cade

Companhia também reforçou o compromisso com a prática de preços competitivos

A Petrobras (PETR4) afirmou, na última quinta-feira (12), que não está negociando uma nova política de seus preços com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

De acordo com o documento divulgado, a Petrobras falou sobre notícias recentemente publicadas na imprensa, e também afirmou que não possui conhecimento de nenhuma infração econômica, e nem de práticas contrárias às políticas descritas no Cade.

“A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, acompanhando as variações para cima e para baixo, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato da volatilidade para os preços internos”, disse a empresa. 

Vale lembrar que a declaração da companhia foi realizada após notícias que indicavam dois inquéritos abertos pelo Cade contra a petroleira. 

Segundo as notícias, o Conselho passou a investigar a estatal em inquéritos abertos no mês de janeiro deste ano, a fim de estabelecer mudanças na política de preços. 

Na última quinta (12), o “Broadcast” confirmou que as investigações estão em fases avançadas e há “achados consistentes” de infrações econômicas por parte da estatal, como barreiras à entrada de competidores e práticas discriminatórias de preços.

Além disso, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, também foi apontado como um dos orquestrantes do uso do Cade. De acordo com as notícias, o economista planeja utilizar o Conselho para conter o aumento dos preços dos combustíveis no Brasil, como o anunciado pela Petrobras.

O inquérito já elaborado pelo Cade contra a petroleira estaria na fase de apurar se a empresa atrapalha concorrentes privados que tentam usar sua infraestrutura de transportes para escoar diesel e gasolina importados, o que poderia aumentar a competição e baixar preços, contudo, as informações foram negadas pela estatal.

Os integrantes da ala política também manifestaram, na última semana, que o parecer poderia ter potencial de cortar o valor cobrado nas bombas em até 15%.
 

Pressões contra Petrobras se intensificaram após aumento do diesel

A estatal divulgou a alteração do preço do óleo diesel em suas refinarias na última segunda (8), e os valores passaram a ser praticados dois dias depois.

O reajuste foi realizado após dois meses de estabilização nos valores praticados, e o preço médio de venda do diesel para as distribuidoras da estatal saiu de R$ 4,51 por litro para R$ 4,91 por litro, alta de 8,8%.

A alta nos combustíveis teve impacto direto nos postos já nesta semana, o que levou o líder da greve dos caminhoneiros de 2018, Wallace Landim (também conhecido como “Chorão”), afirmar em um vídeo publicado na internet que a nova alta anunciada pela Petrobras no diesel vai fazer com que o combustível chegue a R$ 8.

“Acabei de parar em um posto para abastecer o meu veículo aqui em São Paulo e fiquei muito indignado. A gasolina aditivada, no posto que estou, está R$ 7,99, podendo chegar a R$ 9. O Diesel R$ 7,50. Com esse novo aumento, vai chegar a R$ 8. Não podemos ficar quietos. Conheço e sei o quanto vai impactar na mesa do trabalhador, na prateleira”, disse Chorão, sobre o aumento na Petrobras.