Petrobras (PETR4) deve se beneficiar da (nova) alta do petróleo, dizem especialistas

Companhia de petróleo pagará dividendos gordos referentes ao segundo trimestre de 2022

Depois de registrar um lucro líquido recorde de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre de 2022, especialistas esperam que a Petrobras (PETR3;PETR4) tenha um resultado ainda mais robusto no segundo trimestre deste ano. A alta do petróleo nos últimos meses deve ser a principal responsável por puxar os números da empresa em seu balanço, que será reportado nesta quinta-feira (28). 

Para Sidney Lima, analista da Top Gain, apesar da diminuição quanto à produção já sinalizada no relatório de produção e vendas do segundo trimestre, a Petrobras deve reportar um resultado “muito bom”, que será puxado – mais uma vez – pela alta do preço do petróleo.

“Espero que a Petrobras reporte um resultado muito bom, beneficiado principalmente pela alta do preço do petróleo. Outro ponto importante é que com essa alta margem de lucro, valida a capacidade de geração forte de caixa por parte da empresa. Com isso acredito que também teremos a empresa comunicando um novo pagamento de dividendos robusto aos acionistas”, analisou Lima.

De acordo com Paulo Luives, assessor de investimentos da Valor Investimentos, ainda que o relatório de produção e vendas, referente ao segundo trimestre, tenha vindo com números um pouco abaixo das estimativas do mercado, os dados financeiros não devem decepcionar no 2T22.

“Espera-se um trimestre muito sólido de geração de caixa da companhia e um resultado que pode vir até acima do consenso. Estão estimando um lucro operacional neste trimestre de mais ou menos R$ 16 bilhões. Em termos de geração de caixa e lucro, a companhia deve reportar um resultado muito forte, e isso deve se concretizar em dividendos bem robustos para esse trimestre”, disse Luives. 

“Algumas estimativas dão que para esse trimestre a Petrobras pode entregar dividendos de mais ou menos 11%. Ao longo desse ano ela já fez pagamentos bem fortes. Algumas casas estimam que a Petrobras pode pagar, no acumulado deste ano, algo próximo de 40% de dividend yield (DY)”, complementou o assessor da Valor. 

Prévia operacional da Petrobras

No dia 21 de julho, a Petrobras divulgou uma prévia dos seus resultados no relatório de produção e vendas referente ao segundo trimestre.

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A produção média de óleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural alcançou 2,65 MMboed, valor 5,1% menor do que o apresentado no primeiro trimestre deste ano. 

“Este resultado se deu, principalmente, em razão do início da vigência do Contrato de Partilha de Produção dos Volumes do Excedente da Cessão Onerosa de Atapu e Sépia, em 2 de maio, com redução de participação da Petrobras nestes campos (com impacto, no 2T22, de 90 mil boed no volume de produção destes campos que cabe à Petrobras)”, informou a companhia.

“Além do maior número de paradas para manutenções e intervenções nas plataformas do pré-sal e do pós-sal, efeitos parcialmente compensados pelo início de produção do FPSO Guanabara (campo de Mero) e pela continuidade dos ramp-ups dos FPSOs Carioca (campo de Sépia) e P-68 (campos de Berbigão e Sururu), localizados no pré-sal da Bacia de Santos”, complementou.

De acordo com Luives, a queda no operacional da Petrobras aconteceu em decorrência de fatores não recorrentes, o que não surpreende o mercado, porque já era esperado.  

“A Petrobras vem se beneficiando bastante dos altos preços do petróleo e além disso uma escala de produção bem robusta. É uma empresa que do ponto de vista de dividendos está entregando um resultado muito forte. Óbvio que existem as questões políticas no papel e isso não pode ser deixado de lado, temos uma eleição pela frente. Teve, recentemente, uma mudança interna que não só a eficiência dela melhorou, mas também as próprias defesas dela contra casos de interferência do Estado. Mas esse risco político ainda existe”, pontuou Luives.