Ibovespa futuro abre em queda após nova troca na presidência da Petrobras (PETR4)

Alterações no comando da estatal indicam rumos do mercado brasileiro

O Ibovespa futuro opera em baixa nesta terça-feira (24). Por volta das 9h06 (de Brasília), o índice recuava 1,21% a 110.036 mil pontos, puxado por mais uma demissão na presidência da Petrobras.

Os atritos na maior estatal do País influenciaram o comportamento do Ibovespa futuro nesta terça (24). O governo federal anunciou, ao fim da última segunda (23), a demissão de José Mauro Ferreira Coelho, até então, presidente da companhia.

O indicado para substituí-lo será o secretário de desburocratização do Ministério da Economia, comandado pelo ministro Paulo Guedes, Caio Paes de Andrade.

Com isso, o mercado aguarda os novos desdobramentos da estatal, com a expectativa do anúncio do novo presidente da estatal e suas primeiras decisões no comando, em meio a um cenário turbulento da relação entre a companhia, o governo federal e a pressão voltada para a política de preços dos combustíveis.

Os primeiros sinais da alteração no comando da presidência da petroleira já refletiram na queda do petróleo e do minério de ferro no exterior, além da baixa nas ações da Petrobras ocasionadas por possível “ingerência política”.

Enquanto isso, no mercado norte-americano, as expectativas estão voltadas para a divulgação da prévia de dados inflacionários no país, além dos discursos do presidente do FED (Federal Reserve, banco central norte-americano), Jerome Powell, que indicarão novos rumos para a política da taxa básica de juros na região.

Enquanto a maior instituição monetária do país não entrega novos posicionamentos oficiais, os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa.

Com sentimento semelhante, os mercados europeus abriram em queda nesta terça (24). Na contramão do alcançado na última segunda (23), as preocupações com a política monetária global e a divulgação de dados inflacionários no continente causam temor nos acionistas.

O PMI (Índice de atividade dos gerentes de compras) do Reino Unido e da zona do euro atingiram marcar abaixo das expectativas do mercado, o que manifesta mais uma sequela do conflito da Rússia contra a Ucrânia.

Em contrapartida, o mesmo índice industrial na Alemanha registrou alta, enquanto os dados de serviços tiveram resultados negativos. 

Já na Ásia, a política monetária global ainda preocupa, porém, o foco volta a ser nos novos casos de Covid-19 na China.

O país, que recentemente anunciou alguns relaxamentos em suas medidas restritivas, voltou a registrar novos casos da doença no início desta semana. O impacto mais negativo foi no fechamento do Xangai Composto, em que a principal bolsa do país encerrou o pregão com queda de 2,41%.

No mercado doméstico, os investidores também analisam o comportamento corporativo e a divulgação do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) no País, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A  Ânima (ANIM3) informou ao mercado a criação de seu primeiro CVC (Corporate Venture Capital), que contará com R$ 150 milhões em investimentos para startups.

Além disso, o Banco Inter (BIDI11) anunciou o valor de R$ 1,1131 bilhão (10% do montante que circula atualmente) para a solicitação de cash-out realizada pelos acionistas.

Por fim, as projeções do Ibovespa Futuro também levam em conta os novos desdobramentos da inflação no País, que terão melhores esclarecimentos após a divulgação do IPCA-15 ainda nesta semana.