Ibovespa fecha em queda de 0,51%, acompanhando o ritmo das bolsas de Nova York

Principal índice da bolsa brasileira é impactado pelo mau-humor no mercado externo e preocupações com o reajuste dos servidores

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou esta quinta-feira (14) em queda de 0,51%, aos 116.181 pontos, após oscilar entre 115.624 e 116.781 pontos. No acumulado da semana, o índice ficou negativo em 1,81%, engatando uma sequência de duas quedas semanais.

A sessão do Ibovespa nesta véspera de feriado da Sexta-feira Santa foi influenciado pelo avanço nas taxas dos juros de títulos de 10 anos norte-americanos, o que pressiona a elevação da taxa de juros local. Além disso, pesa no pregão de hoje a divulgação dos dados do varejo e desemprego americano, que vieram abaixo das estimativas atuando no recuo da maioria dos índices. O número de novos pedidos de seguro-desemprego ficou em 185 mil, maior do que os 171 mil do consenso, e o varejo subiu 0,5% na base mensal, ante 0,6% da projeção.

No contexto internacional, investidores mantêm-se hesitantes com as notícias do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) a respeito do aumento da taxa básica de juros no país. O feriado também reflete negativamente no índice, uma vez que os mercados permanecem fechados, gerando redução da liquidez. 

Na manhã desta quinta-feira, John Williams, o presidente do Fed, afirmou que a autoridade monetária está considerando um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros, um sinal de que o banco central está tomando atitudes mais severas para conter a inflação. Em março, o Fed elevou os juros no país pela primeira vez em três anos. Segundo Williams, o processo de redução de balanço patrimonial deve iniciar em junho.

No cenário doméstico, observa-se no radar dos investidores a cautela do mercado diante da divulgação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2023, nesta quinta-feira. Os temores fiscais ocorrem após o governo anunciar um reajuste de 5% a todos os servidores públicos federais a partir de julho.

O impacto estimado seria de aproximadamente 6 bilhões de reais para os seis meses de vigência neste ano de 2022, sendo necessário cortes de gastos em outras áreas para efetivar o benefício.

A medida busca abafar as paralisações que vem afetando órgãos públicos e a consequente divulgação de índices econômicos de referência do mercado. Além disso, a providência acena com o funcionalismo público antes das eleições presidenciais deste ano.

Os juros futuros fecham em forte alta, acompanhando o movimento de elevação das taxas globais. As taxas de mercado avançavam cerca de 20 pontos-base (0,2 ponto percentual) contra o ajuste anterior no fim da sessão regular, com as perspectivas de política monetária globais mais rígidas. 

No aftermarket, às 17h07, os juros futuros sobem em sua maioria, impactados pela alta dos títulos americanos, dólar e petróleo. O DIF23, +0,34 pp, a 13,10%; DIF25, +1,16 pp, a 12,16%; DIF27, +1,32 pp, a 11,88%; DIF29, +1,36 pp, a 11,95%.

Os destaques negativos da sessão de hoje do Ibovespa foram as ações da Yduqs (YDUQ3) e da Azul (AZUL4), que recuaram, respectivamente, 7,09% e 5,04%, seguidas pelas ações da Iguatemi (IGTI11), que recuaram 4,20%. Destaque negativo também para Totvs (TOTS3) e Petz (PETZ3) que caíram 4,06% e 4,04%, nesta ordem.