Ibovespa abre em alta, mesmo com maior inflação desde 1996

Atenções também estão voltadas ao CPI divulgado pelo Federal Reserve

O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo, abriu em queda nesta quarta-feira (11). Por volta das 10h35 (de Brasília), o índice avançava 0,99% a 104.079 mil pontos, na contramão do anúncio da inflação no Brasil. 

Os anúncios inflacionários no País causam instabilidade no Ibovespa, que abriu em alta, mas segue operando entre perdas e ganhos.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado o indicador oficial da inflação no País, registrou uma aceleração de 1,06% em abril na comparação com o mês de março. O resultado foi o maior para o mês desde 1996 (1,26%). Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Os maiores impactos da inflação em abril vieram dos setores de alimentação, bebidas e transportes. O grupo alimentos e bebidas contribuiu com a maior variação (2,06%). Já o segmento de transportes teve alta de 1,91%. Os dois grupos contribuíram com cerca de 80% do IPCA de abril.

Com os números, o IPCA acumula uma alta de 4,29% no ano e 12,13% nos últimos 12 meses. 

Enquanto isso, nos EUA, o mercado aguarda a divulgação do CPI (Índice de preços ao consumidor) de abril do país.

O aumento dos preços é o ponto principal de atenção dos acionistas, visto que o FED (Federal Reserve, banco central norte-americano) já elevou as taxas de juros neste ano.

Na Europa, as bolsas operam entre perdas e ganhos nesta quarta (11), influenciadas pelo cenário da região, mas também pelos desdobramentos nos EUA.

A Alemanha publicou seus números da taxa anual do CPI (Inflação ao consumidor), e registrou o índice de 7,4% no mês de abril, maior nível na região desde 1981.

Com os anúncios, a presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, afirmou que o bloco vai concluir o seu programa de compra de ativos, que o órgão poderá aumentar a taxa de juros da zona do euro após esse processo.

Entretanto, em meio aos anúncios inflacionários ao redor do mundo, as movimentações corporativas foram positivas no continente.

Em Estocolmo, a produtora de charutos Swedish Match foi comprada pela norte-americana Philip Morris, pelo valor total de US$ 16 bilhões. Com isso, as ações da companhia sueca chegaram a avançar mais de 8%.

Ações foram alavancadas também em Frankfurt, em que o grupo de tecnologia alemão Thyssenkrupp, e o ativo britânico do setor alimentício Compass Group, anunciaram o aumento de suas previsões para a receita anual, de 10,6% e 7,6%, respectivamente.

Enquanto isso, na Ásia, o combate da China para conter a Covid-19 permanece no radar dos investidores.

A cidade de Xangai, que apresentou o maior número de casos no país, registrou queda no número de casos para menos de 1.500, após atingir um pico de 26 mil no mês de abril. 

Apesar do progresso, a cidade reafirmou que seguirá implementando a política de “tolerância zero” contra o vírus.

A região também contou com anúncios da inflação, como a taxa anual do CPI (inflação ao Consumidor) da China, que registrou a marca de 2,1% no mês de abril.

Além disso, as decisões do FED também terão impacto direto no mercado chinês, que divulgará os números do CPI norte-americano ainda hoje (11).

De volta ao Brasil, os acionistas também as divulgações de empresas como Braskem (BRKM5), Ultrapar (UGPA3), Minerva (BEEF3), Aliansce Sonae (ALSO3), que apresentam seus resultados corporativos após o fechamento do Ibovespa.