Ibovespa e dólar abrem em queda após pressões na Petrobras (PETR4) e temores no exterior

Alta dos combustíveis no Brasil e aperto monetário mundial preocupam acionistas

O Ibovespa opera em queda nesta quinta-feira (9). Por volta das 10h16 (de Brasília), o índice recuava 0,50% a 107.826 mil pontos, puxado por possíveis novos aumentos nos combustíveis. O dólar, por sua vez, também registrou baixa no início do pregão, acompanhando o temor sobre o aperto monetário nos EUA.

As indefinições na Petrobras (PETR4) ganharam novos capítulos que mexeram com o Ibovespa nesta quinta (9), que trouxeram novas preocupações aos investidores após a estatal confirmar que continuará aumentando os preços dos combustíveis.

Apesar do “alívio” ocasionado pela divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que registrou aumento de 0,47% em maio na comparação com abril, o mercado sentiu mais o golpe da alta dos combustíveis.

Mesmo positivo, o indicador veio abaixo dos 0,60% de alta do esperados pelos especialistas. Dessa forma, o comunicado da Petrobras seguiu no foco.

A estatal afirmou também que a decisão de manter a elevação dos preços seguirá a tendência dos mercados do exterior, a fim de fazer com que o valor dos combustíveis no Brasil sigam a paridade internacional.

Ainda no mercado brasileiro, os investidores também acompanham o processo de precificação da Eletrobras (ELET6).

A companhia de energia irá precificar sua mega oferta de ações e chegará à reta final do bookbuilding (processo utilizado para definir um preço justo para o IPO) com volume de sobra para emplacar a operação. 

De acordo com fontes próximas à oferta, a companhia já assegurou cerca de R$ 53,5 bilhões em reservas, enquanto a demanda via FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) está em torno de R$ 7,5 bilhões, com alocações limitadas a R$ 6 bilhões – o que já sinaliza rateio entre os investidores.

Já nos EUA, os acionistas acompanham a realização da Cúpula das Américas para tentar digerir o temor acerca do aperto monetário da região.

As expectativas estão todas voltadas para a próxima reunião do FED (Federal Reserve, banco central norte-americano), que indicará os novos rumos da inflação no país.

Enquanto esse dia não chega, os acionistas aguardam a publicação do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) do país.

Com isso, o dólar opera em queda na manhã desta quinta (9). Às 9h47 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava retração de 0,47%, vendida a R$ 4,86.

Na Europa, as declarações da presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, aumentaram o receio dos investidores.

A líder da instituição financeira reforçou o risco de aumento dos preços causados pela alta inflacionária na zona do euro.

Com isso, a queda dos mercados europeus representam o temor dos investidores em meio a uma quinta-feira que será decisiva.

– DAX (Alemanha), -1,52%
– FTSE 100 (Reino Unido), -1,07%
– CAC 40 (França), -1,30%
– FTSE MIB (Itália), -2,21%

Já na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em queda, em que o destaque positivo ficou somente para algumas ações do Japão – como exportação e montadoras – que lideraram os ganhos.

Entretanto, o mercado asiático digeriu as projeções negativas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e ainda contou com o novo anúncio do governo chinês sobre medidas restritivas no país.

Além disso, foi divulgada a balança comercial da China no mês de maio, que registrou o superávit de R$ US$ 78,8 milhões, valor superior ao esperado pelos especialistas, mas que ainda assim preocupa por conta do risco de novos lockdowns.

-Nikkei (Japão), +0,04%
-Kospi (Coreia do Sul), -0,02%
– Hang Seng Index (Hong Kong), -0,66%
– Shanghai SE (China), -0,79%

De volta ao Brasil, o ambiente corporativo desta quinta (9) contou com o aumento do tráfego de passageiros da Azul (AZUL4) em 74,0% em maio na comparação com o mesmo mês de 2021.

Por sua vez, a PetroRio (PRIO3) também anunciou que produziu 34.044 barris de óleo por dia no mês de maio, 2,19% acima dos 33.298 registrados em abril.

Por fim, ficou também na mira do Ibovespa a aprovação da fusão entre BR Malls (BRML3) e Aliansce Sonae (ALSO3), realizada durante assembleia no Shopping Leblon (RJ) na última quarta (8).