Ibovespa abre em queda puxado por semestre de perdas recordes nos EUA; dólar avança

Indicadores inflacionários no Brasil e nos EUA são destaques no primeiro pregão de julho

O Ibovespa opera em queda nesta sexta-feira (1). Por volta das 10h14 (de Brasília), o índice recuava  0,59% a 97.960 mil pontos, influenciado negativamente pela performance das bolsas de Wall Street em junho. Enquanto isso, o dólar registra novas altas no início do pregão.

O pessimismo mundial em relação à uma possível recessão econômica voltou a assombrar o Ibovespa no primeiro pregão do mês de julho.

Apesar das tentativas de recuperação impulsionadas pela alta do petróleo e por indicadores industriais no Brasil nas últimas semanas, a influência dos EUA segue como a mais forte sobre as bolsas mundiais.

Os investidores norte-americanos aguardam agora a divulgação do PMI (Índice de Gerentes de Compras) industrial do país referente ao mês de junho.

O resultado pode puxar ainda mais para baixo a abertura em queda dos mercados futuros dos EUA. Por isso, o temor entre os acionistas aumenta, visto que o índice S&P 500, referência econômica na região, teve seu pior semestre desde 1970.

Apesar disso, o dólar opera em alta na manhã desta sexta (1). Às 10h20 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava valorização de 1,28%, vendida a R$ 5,323. 

Já no Brasil, as expectativas também estão voltadas para a divulgação de dados inflacionários e de serviços.

O PMI industrial de junho e a balança comercial do sexto mês do ano estão no radar dos investidores, que já digerem a divulgação do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), que aconteceu na manhã desta sexta (1).

O importante indicador para inflação no País registrou o aumento de 0,67% no mês de junho, após crescer 0,50% em maio.

A pesquisa publicada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) no início desta sexta (1) indicou que a alta acumulada de inflação do IPC-S é de 10,31% nos últimos 12 meses, ante a taxa de 10,28% registrada até maio.

Além disso, o mercado também fica atento às consequências da aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Combustíveis, concluída na última quinta-feira (30).

Nas bolsas da Europa, a perspectiva também é de perda. O sentimento pessimista é puxado não somente pela má performance em Wall Street, mas também pela divulgação de dados industriais desanimadores no continente europeu.

O PMI industrial da zona do euro caiu para 52,1 pontos em junho, seu menor patamar em 22 meses, mas ficou um pouco acima da estimativa preliminar, ainda conforme projeções do “Broadcast”.

O resultado do índice acompanha os previamente registrados PMIs do Reino Unido e da Alemanha, que também estão em seu menor nível em comparação com os últimos 22 meses.

Enquanto isso, a taxa anual do CPI (inflação ao consumidor) da zona do euro atingiu o recorde de 8,6% em junho, superando as expectativas e ampliando ainda mais a pressão para que o Banco Central Europeu (BCE) siga adiante com planos de começar a elevar seus juros básicos na reunião de política monetária deste mês. 

– DAX (Alemanha), +0,089%
– FTSE 100 (Reino Unido), +0,12%
– CAC 40 (França), +0,14%
– FTSE MIB (Itália), +0,39%

O desempenho das bolsas na Ásia resultaram no fechamento em queda no último pregão desta semana, mais uma vez puxados pela performance negativa em Wall Street.

Os EUA adicionaram cinco empresas chinesas a uma “lista negra” de exportações por supostamente ajudarem militares da Rússia na invasão da Ucrânia, de acordo com informações do “Broadcast”.

No Japão, o principal índice de sentimento de grandes fabricantes de lá se deteriorou pelo segundo trimestre consecutivo, segundo o relatório “Tankan”, elaborado pelo BoJ, o banco central japonês.

Por outro lado, o PMI industrial chinês medido pela S&P Global/Caixin Media avançou para 51,7 pontos em junho, mostrando a primeira melhora na saúde do setor manufatureiro em quatro meses, à medida que Pequim segue removendo bloqueios motivados pela covid-19.

Em Hong Kong, não houve negócios nesta sexta (1) devido a um feriado local.

– Nikkei (Japão), -1,73%
– Kospi (Coreia do Sul), -1,17%
– Shanghai SE (China), -0,32%

O cenário temeroso chamou atenção também no universo cripto. O Bitcoin (BTC), principal ativo digital entre as criptomoedas, terminou o mês de junho com queda de 37% no período.

Cotado a menos de US$ 20 mil no pregão da última sexta-feira (30), o BTC registrou, entre março e junho deste ano, a pior performance das criptomoedas em um único trimestre.

Já no mercado corporativo brasileiro, as movimentações de debêntures e dividendos são destaques.

Conselho de administração da BRF (BRFS3)   aprovou a quarta emissão de debêntures, no valor de R$ 1,7 bilhão.

Por sua vez, o conselho de administração da Telefônica (VIVT3) informou a aprovação da emissão de R$ 3,5 bilhões em debêntures. O pagamento será o sétimo realizado pela companhia.

Já a Rede D’or (RDOR3) comunicou ao mercado que aprovou a distribuição de R$ 219,3 milhões em JCP (Juros Sobre Capital Próprio), equivalentes a R$ 0,111 brutos por ação. 

Por fim, no radar do Ibovespa, a Raia Drogasil (RADL3) aprovou pagamento de JCP em R$ 74 milhões, valor correspondente a R$ 0,0449 por ação.