Fundo Verde tem melhor desempenho, apoiado em juros internacionais

Ações de empresas brasileiras, inflação no cenário doméstico e opções de petróleo também ajudaram rentabilidade

O Fundo Verde registrou, em março, uma rentabilidade de 4,19%. No mesmo período, o CDI valorizou 0,92%. No acumulado de 2022, o Fundo Verde tem alta de 7,13%. Em carta divulgada na noite da última sexta-feira (8), o Verde informou que obteve ganhos expressivos com as posições tomadas em juros nos mercados desenvolvidos, “com o livro de ações brasileiras, com inflação implícita no Brasil, e com opções de petróleo”. 

“A nossa convicção de que as pressões inflacionárias continuariam agudas e pressionariam os bancos centrais, liderados pelo Federal Reserve, a apertar fortemente suas políticas monetárias se concretizou de modo importante nesse mês, que foi marcado pelo reprecificação violenta das taxas de juros pelo mundo”, destacou o Fundo Verde em carta ao mercado. 

Em relação ao cenário internacional, o fundo informou que a guerra continua em uma trajetória parecida com a que foi descrita na última carta do fundo, reforçando os aspectos “estagflacionários do quadro macro atual”. 

“Por ora, nos surpreende como o mercado acionário global tem absorvido bem esse forte aumento das taxas de desconto, e nos perguntamos até quando isso vai durar”, disse a gestora em comunicado.

No cenário interno, o mercado brasileiro está sendo levado por forças e fluxos macro que fogem ao seu controle ou influência, segundo a gestora. A balança comercial tem sido beneficiada pela forte alta dos preços das commodities, e isso explica em grande medida a boa performance do real e do Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira. 

A Verde Asset, que possui aproximadamente R$ 45 bilhões em ativos, destaca que a persistência inflacionária mantém as taxas de juros bem acima do neutro. Com isso, a calmaria do noticiário local deve ser apenas temporária. Isso porque as eleições também estão cada vez mais próximas do início no Brasil, e a disputa deverá ser mais competitiva do que se imaginava até pouco tempo atrás. 

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“O fundo mantém suas posições tomadas em juro nos EUA e em menor medida na Europa. Também estamos comprados em inflação implícita no Brasil, e em petróleo via opções. As alocações de bolsa estão concentradas em ações brasileiras”, reforça a gestora.

Vale lembrar que o Fundo Verde pertence à Verde Asset, que foi criada por Luis Stuhlberger, em 2015. O executivo é considerado um dos maiores gestores do país.