Empresas brasileiras acumulam perdas bilionárias no primeiro semestre

De acordo com a B3, nos últimos 12 meses, as perdas chegam a R$ 1,558 trilhão

As empresas brasileiras perderam cerca de R$ 449 bilhões de valor de mercado nos primeiros seis meses do ano, segundo dados divulgados pela B3. Em 12 meses, as companhias acumularam perdas de R$ 1,558 trilhão, cerca de 17% do PIB (Produto Interno Bruto). 

De acordo com levantamento feito pelo “Valor Data”, Magazine Luiza (MGLU3), com uma perda de R$ 32,9 bilhões, Rede D’Or (RDOR3), R$ 31,9 bilhões, e Ambev (ABEV3), R$ 31,7 bilhões, foram as empresas que mais perderam valor nestes primeiros seis meses de 2022. Foram 316 companhias como base. 

No período de um ano, a Vale (VALE3) perdeu R$ 183,4 bilhões, Magazine Luiza, R$ 121,7 bilhões, e Rede D’Or, R$ 80,5 bilhões. 

Das 316 companhias, 22% aumentaram o valor em seis meses e apenas 13% desde junho de 2021.

O destaque nos dois períodos foi a Eletrobras (ELET3;ELET6), recentemente privatizada, que ganhou R$ 33,7 bilhões em seis meses e R$ 49,2 bilhões nos últimos 12 meses. Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4) também foram destaques no semestre, enquanto Telefônica Brasil (VIVT3) e Companhia de Distribuição de Gás do Rio de Janeiro (CEGR3) apresentaram resultados positivos nos últimos 12 meses.

O balanço geral negativo das ações brasileiras se relaciona com uma crise global nos mercados de capitais no mundo.

Desde 1970, o índice S&P 500, que agrupa as maiores empresas da Bolsa de Nova York, apresentou uma queda de 20,6% nos primeiros seis meses do ano. Foi o pior desempenho do índice desde 1970. 

O índice das empresas de menor porte, o Russell 2000, caiu 24%, o pior desempenho desde a sua criação, em 1984. O índice Nasdaq, das ações de tecnologia, recuou quase 30%, algo inédito desde a sua criação na década de 70.

A queda generalizada tem relação com a inflação global. Com um crescimento da inflação em 2022, os governos começaram a tomar medidas para impedir o aumento dos preços, aumentando suas taxas de juros, acelerando uma fuga das bolsas e prejudicando várias empresas brasileiras.