CEO do Morgan Stanley vê 50% de risco de recessão nos EUA

De acordo com James Gorman, era inevitável que o “Fed precisasse se mover mais rápido do que estava projetando”.

O CEO do Morgan Stanley, James Gorman, afirmou que vê o risco de uma recessão nos EUA em cerca de 50%. De acordo com o banqueiro, em declaração feita nesta segunda-feira (13) em uma conferência promovida pelo banco, era inevitável que o “Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) precisasse se mover mais rápido do que estava projetando”.

“Havia um risco legítimo de recessão. Eu costumava pensar que era cerca de 30%. Provavelmente está mais para 50% agora – não é 100%. Cabe a você ser um pouco cauteloso”, afirmou Gorman.

Gorman ainda disse que o Morgan Stanley tem forte liquidez e capital, e um perfil de crédito robusto, acrescentando que seu foco é mais em riscos não financeiros, como estabilidade de dados, risco cibernético e operacional “dado onde estamos ao redor do mundo e algumas incertezas geopolíticas associadas a isso”.

As consequências [de uma eventual recessão]  podem prejudicar algumas instituições “potencialmente fatalmente danificadas”, embora os bancos dos EUA estejam em muito boa forma, disse o CEO.

As declarações do CEO do banco norte-americano chegam num momento delicado. Temendo uma recessão, muitos líderes de grandes instituições têm feito declarações pessimistas a respeito do cenário econômico mundial.

Em 2 de junho, o presidente do Goldman Sachs (GSGI34), John Waldron, alertou sobre a chegada de tempos mais difíceis à frente em meio a uma série de choques que abalam a economia global. Um dia antes, Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan, fez um alerta sobre um “furacão econômico”, que está se aproximando, provocado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e pela reversão dos estímulos financeiros criados pelo Fed. 

Acompanhando as declarações negativas, o FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que os governos deveriam direcionar ajuda aos cidadãos vulneráveis em meio à luta contra o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis.

O CEO do Morgan Stanley ainda completou afirmando que era inevitável que a inflação enfrentada pelos EUA não fosse provisória.