Banco Central Europeu afirma que juros serão elevados “muito em breve”

Instituição financeira pretende usar o Programa de Compra de Ativos

O BCE (Banco Central Europeu) deve decidir em sua próxima reunião o fim do seu programa de estímulo em julho, e aumentar as taxas de juro “muito em breve” após isso, afirmou o presidente do banco central espanhol, Pablo Hernández de Cos, neste sábado (14), segundo informações da “Reuters”.

O representante espanhol da política monetária do banco se juntou a autoridades do BCE defendendo o primeiro aumento na taxa de juros em mais de uma década, a fim de conter os maiores níveis de inflação desde que o euro foi criado, e evitar que o aumento de preços se consolide.

O BCE já colocou recursos em seu sistema financeiro por meio de um APP (Programa de Compra de Ativos), e busca manter o legado de uma década de luta contra a inflação muito baixa na região. 

“Agora encerraremos, muito provavelmente será a decisão em nossa reunião em junho”, afirmou De Cos.

A declaração do líder espanhol aconteceu em um evento organizado pela instituição alemã Bundesbank, também neste sábado (14).
 

Índices da zona do euro preocupam o BCE em 2022

A inflação da zona do euro atingiu um recorde de 7,5% no mês de abril, e mesmo medidas que desconsideram custos de energia e alimentação estão bem acima da meta de 2% do banco central do continente.

Além disso, na zona do euro, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) atingiu marcas recordes antes mesmo do mês de abril.

O dado avançou 7,4% em março em relação ao ano anterior. O índice que mede a inflação também aumentou na comparação com o mês de fevereiro, que registrou alta de 5,9%.  

Os dados divulgados pelo Eurostat, o escritório de estatísticas da União Europeia (UE), mostram que a inflação de março é a mais alta já registrada na história do bloco. O índice ficou levemente abaixo do esperado por economistas, de 7,5%. 

O núcleo do CPI, que exclui preços de alimentos e energia (os mais voláteis), registrou alta de 2,9% em março, também levemente abaixo dos 3% esperado pelos analistas. Em relação a fevereiro, a alta foi de 1,2%.

Dessa forma, a principal contribuição para o avanço da inflação é decorrente dos preços de energia, que responderam por 4,36% do resultado geral, seguido por serviços (1,12%) e alimentos e bebidas (1,07%), e segue preocupando o BCE.