Yellen, do Tesouro americano, diz que “vale considerar” reduzir tarifas dos EUA sobre produtos chineses

Janet Yellen, a secretária do Tesouro dos EUA, disse nesta sexta-feira (21) que vale a pena considerar medidas para reduzir as tarifas norte-americanos sobre produtos chineses. Ao “Bloomberg TV”, afirmou que a medida teria “efeitos desejáveis” que poderiam reduzir a crescente inflação no país. 

Segundo Yellen, as autoridades estão fazendo o possível para reduzir a inflação, citando ações do presidente norte-americano Joe Biden para liberar petróleo da Reserva Energética de Petróleo. Dessa forma, o corte de tarifas é uma medida que está em análise. 

As falas de Yellen ocorrem um dia após Daleep Singh, conselheiro do alto escalão da Casa Branca, sugerir que os EUA poderiam reduzir as tarifas impostas a alguns produtos chineses não estratégicos para combater a inflação. Ele mencionou produtos como bicicletas e roupas. 

Singh afirmou que as tarifas impostas pelo governo Trump podem ter dado alguma vantagem em negociações, mas não serviram a nenhum propósito estratégico. “Reduzir essas tarifas e focar em áreas mais estratégicas, que incluem tecnologias cruciais, pode proporcionar uma boa oportunidade”, disse ele. 

A inflação é uma das maiores preocupações de Biden no momento, uma vez que os índices de aprovação do presidente norte-americano caem conforme os preços dos combustíveis e alimentos aumentam. Segundo a “Reuters”, Yellen disse que a inflação pode ter atingido o pico nos EUA, mas alertou que os preços podem permanecer elevados “por mais algum tempo”.

A segunda autoridade do FMI (Fundo Monetário Internacional), Gita Gopinath, disse em evento que o risco de fragmentação na economia global foi um tema-chave durante as reuniões desta semana. De acordo com Gopinath, muitos países estão “questionando seriamente sua abordagem ao comércio global, como fortalecer suas cadeias de suprimentos e como se proteger de parceiros comerciais hostis”, disse ela. 

EUA devem aumentar taxa de juros para combater a inflação

Na quinta-feira (21), Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), falou em um painel organizado pelo FMI e pelo Banco Mundial que a instituição monetária deve considerar aumentar a taxa de juros em 0,5 ponto percentual. A próxima reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), marcada para os dias 3 e 4 de maio, irá discutir a possibilidade. 

Assim como Yellen, o presidente do Fed estava contando que a inflação atingiria seu pico em março, o que não ocorreu devido à guerra na Ucrânia e às recentes medidas de contenção do coronavírus implementadas na China.