Mundo

UE: Suécia lidera esforços para salvar acordo do bloco com o Mercosul

França quer mais garantias ambientais do Mercosul para avançar as negociações

A Suécia é a líder de um movimento dentro da UE (União Europeia) que tenta salvar o acordo comercial com o Mercosul, que está paralisado por conta de discordancias em relação à política ambiental do governo brasileiro. O país que faz mais oposição ao projeto é a França, que quer garantias do cumprimento do Acordo de Paris.

No começo do mês, um grupo de dez países iniciou a preparação de uma carta a Comissão Europeia defendendo o desbloqueio de pactos de livre comércio por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia. A informação foi confirmada pela Bloomberg.

De acordo com o “Estado de S.Paulo”, o Ministério das Relações Exteriores da França ratificou que o projeto só sai do papel após garantias na área ambiental.

O tratado foi finalizado em 2019 após duas décadas de negociações. Na época, a finalização do acordo foi considerada uma vitória do presidente Jair Bolsonaro na política externa.

Em maio, o presidente da Argentina, Alberto Fernandez declarou que o “protecionismo” de alguns setores europeus era o maior desafio para o tratado de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

UE: Dados ambientais travam as negociações

Para sair do papel, é necessário que cada um dos Parlamentos nacionais das duas regiões aprove o tratado, que empacou após forte repercussão negativa da política ambiental do governo brasileiro na Europa.

Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os alertas de desmate da Amazônia já superaram mil quilômetros quadrados e renovaram o recorde para o mês.

Diversas entidades do Brasil e da Europa tentam convencer os blocos a assinarem o acordo. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a Bussiness Europe fizeram um comunicado juntos em que defendem o tratado.

“O acordo Mercosul-UE possui regras ambiciosas e avançadas em desenvolvimento sustentável, incluindo compromissos vinculantes para a adoção e implementação dos principais tratados internacionais, como o Acordo de Paris. O acordo promoverá o intercâmbio de bens, serviços, tecnologia e know-how essenciais para enfrentar o desafio global das mudanças climáticas”, afirma o comunicado.