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PIB dos EUA cai 0,9% no 2T22; expectativa era de alta de 0,5%

O resultado do PIB dos EUA representou a segunda queda trimestral consecutiva

O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA caiu 0,9% no 2T22 (segundo trimestre de 2022) em termos anualizados, na comparação com o primeiro, de acordo com a primeira estimativa do BEA (Bureau of Economic Analysis), divulgada nesta quinta-feira (28).

O resultado representou a segunda queda trimestral consecutiva, além de ter vindo muito abaixo do esperado. A projeção do consenso Refinitiv para o PIB dos EUA no período era de alta de 0,5%. 

No primeiro trimestre, o PIB americano já havia decepcionado ao cair 1,6%, também em termos anualizados. 

Segundo o órgão, a queda menor no segundo trimestre “reflete principalmente um aumento nas exportações e uma redução menor nos gastos do governo federal”.

Metodologia do PIB dos EUA

O BEA, órgão ligado ao Departamento de Comércio americano, salienta que a primeira estimativa do PIB, divulgada nesta quinta (28), “é baseada em dados de origem incompletos ou sujeitos a revisão adicional”.

Já a segunda, marcada para ser divulgada em 25 de agosto, terá dados mais completos. A terceira e última estimativa sai em 30 de setembro. 

A metodologia utilizada pelo BEA, de calcular o crescimento do PIB dos EUA em termos anualizados, é diferente da que é usada pela grande maioria dos países. O método dos americanos é o cálculo da variação trimestral com ajuste sazonal anualizado, e a variação resultante é elevada à quarta potência.

Analistas afirmam que juros nos EUA podem liberar recessão mundial

O Fed anunciou, na tarde desta quarta-feira (27), mais um aumento na sua taxa de juros, desta vez em 0,75 ponto percentual, na tentativa de combater a inflação. Com isso, a taxa de juros dos EUA saiu do intervalo entre 1,5% e 1,75% para o intervalo entre 2,25% e 2,5% ao ano. A decisão veio em linha com a expectativa do mercado, que já estimava uma alta dessa magnitude.

Segundo especialistas ouvidos pelo BP Money, a dúvida agora é até onde a autoridade monetária vai, além do tamanho de uma possível recessão e do impacto no Brasil.

Os EUA enfrentam a maior inflação em mais de 40 anos, alimentada tanto por uma economia aquecida quanto por problemas de oferta ligados à pandemia e à guerra na Ucrânia. Vale salientar que as expectativas do PIB dos EUA estão ligadas às decisões do FED.