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EUA declaram varíola dos macacos como emergência de saúde

País enfrenta um surto da doença e já registra mais de 5 mil casos

O governo dos EUA declarou nesta quinta-feira (04) emergência de saúde pública por conta do surto de casos de varíola dos macacos. O anúncio foi feito durante um briefing com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Todos os estados norte-americanos registraram casos da doença, menos Montana e Wyoming.

Na segunda-feira (01), as infecções por varíola dos macacos nos EUA subiram para 5,8 mil. Os casos vêm sendo registrados no país desde maio deste ano.

“Estamos preparados para elevar a resposta a este vírus a outro patamar e instamos a todos os americanos a levar a sério a varíola do macaco e assumir a responsabilidade de nos ajudar a enfrentar este vírus”, afirmou Xavier Becerra, secretário de Saúde e Serviços Humanos.

Apesar de identificar 1,6 milhão de pessoas altamente vulneráveis à varíola do macaco, o governo norte-americano dispõe de apenas 550 mil doses de vacinas.

Os estados da Califórnia, Nova York e Illinois, que possuem as três cidades mais populosas dos EUA, concentram metade dos casos da doença. Todos já fizeram alertas para o surto da doença e declararam emergência.

Com a declaração de emergência, todos os trabalhadores da área da saúde podem aplicar vacinas contra a varíola dos macacos.

OMS declara varíola dos macacos como emergência internacional

Antes dos EUA, a OMS (Organização Mundial de Saúde) já havia declarado, em 23 de junho, emergência de saúde global por conta da varíola dos macacos. 

De acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, mais de 16 mil casos já foram relatados em 75 países.

“Decidi declarar uma emergência de saúde pública de alcance internacional”, afirmou Tedros em entrevista coletiva, reiterando que o risco no mundo é relativamente moderado, exceto na Europa, onde é alto. 

Tedros informou ainda que será possível controlar o surto e parar a transmissão, por conta das ferramentas disponíveis.

De acordo com o diretor-geral da OMS, cerca de metade dos países com casos registrados de varíola dos macacos têm acesso garantido às vacinas.

“Embora eu esteja declarando uma emergência de saúde pública de interesse internacional, no momento este é um surto que se concentra entre homens que fazem sexo com homens, especialmente aqueles com múltiplos parceiros sexuais. Isso significa que este é um surto que pode ser interrompido com as estratégias certas nos grupos certos”, afirmou Tedros. 

O diretor-geral da OMS apontou a importância que todos os países trabalhem em conjunto com as comunidades de homens que fazem sexo com homens para fornecer informações e serviços eficazes e adotar medidas que protejam a saúde, os direitos humanos e a dignidade das comunidades afetadas. 

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser: febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.

Entre as formas para evitar o contágio pela varíola dos macacos estão o uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reitera que tais medidas também servem para proteger contra a covid-19.