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Argentina anuncia imposto sobre “ganhos inesperados” de empresas

A nova contribuição deve bancar medidas de auxílio para a população de baixa renda

A Argentina anunciou nesta segunda-feira (18) uma série de medidas econômicas que visam retomar o poder de compra da população e combater os efeitos causados pela guerra na Ucrânia no país.

Uma das medidas será a implementação de um imposto sobre “ganhos inesperados” de grandes empresas para compensar o custo do aumento nos valores de auxílios pagos pelo governo. O presidente da Argentuna Alberto Fernández, em evento na Casa Rosada, disse que o governo “deve pedir àqueles que tiveram um ganho inesperado que contribuam”. Para Fernández, é necessário que as “grandes empresas contribuam para gerar mais desenvolvimento e igualdade”. 

O ministro da Economia local, Martín Guzmán, afirmou que será estabelecida uma alíquota sobre componentes inesperados de receita em empresas que tenham lucros líquidos tributáveis superiores a 1 bilhão de pesos no ano. A quantia estimada em 40 milhões de pesos deve bancar medidas de auxílio para a população de baixa renda. 

O ministro da Economia da Argentina afirmou que a deliberação é uma tentativa de “construir um mecanismo para garantir que o choque da guerra não tenha um impacto desigual e regressivo em nossa sociedade”. Segundo Guzmán, as medidas promovem a real recuperação do poder aquisitivo do país.  

Inflação galopante na Argentina

De acordo com Guzmán, o objetivo central do governo é “garantir o crescimento do poder de compra dos trabalhadores em todo o espectro laboral e produtivo”. As medidas são implementadas em meio à disparada da inflação no país, que chega a 55% em 12 meses. A alta inflação é decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia. 

Em março, a Argentina elevou a taxa de juros básica no país em 2 pontos percentuais, para 44,5%, terceiro aumento de 2022. O banco central argentino declarou que pretende colocar a taxa referencial na trajetória de “retornos reais positivos sobre investimentos em moeda local e preservar a estabilidade monetária e cambial”.