Metaverso: entenda a mais nova batalha das big techs

Conheça o mercado que pode movimentar trilhões em menos de 5 anos e pode dar retorno aos seus investimentos

Considerado o futuro, não só dos investimentos, mas da realidade como conhecemos hoje, o Metaverso deixou de ser apenas um “hype da internet” e promete ser o novo estágio na internet nos próximos anos, de acordo com especialistas. O mercado ganhou mais força ainda após a gigante da tecnologia Facebook mudar o nome de sua empresa para “Meta”, em alusão a nova ferramenta, criando um verdadeiro “campo de batalha” entre as big techs.

O cofundador do Terra Networks e presidente do conselho da Magnopus, Marcelo Lacerda, afirmou que o Metaverso será uma “ampliação cognitiva humana e da computação espacial” nos próximos trinta anos.

“Estamos vendo o início dessa nova jornada que mudará a cognição humana em talvez cinco, dez ou vinte anos. O metaverso vai trazer uma ampliação cognitiva. É quase como a invenção da linguagem, que foi criada há 100 mil anos. Essa fusão começou com o transistor (chip semicondutor) nos anos 1950, e vai nos levar para um ambiente de vida humana, em parte que é sintética e outra parte é física”, disse o especialista.

Para você entender melhor como o Metaverso pode se tornar uma revolução de tudo que vivemos hoje, a equipe da BP Money preparou um guia explicando os detalhes da tecnologia do futuro.

O que é Metaverso?

O metaverso é um espaço virtual compartilhado que mistura o mundo físico com a realidade virtual, na prática, é um ambiente virtual imersivo construído por meio de diversas tecnologias, como Realidade Virtual, Realidade Aumentada e hologramas. Durante a live de apresentação da Meta, Mark Zuckerberg afirmou que esta pretende ser a próxima versão da internet, muito mais realista e imersiva.

Como sucessor dos smartphones e das redes sociais, o metaverso tem o objetivo ambicioso de dar um passo à frente na experiência de imersão do usuário. “Apesar de soar como ficção científica, nos próximos 5 ou 10 anos isso vai ser comum”, prometeu.

Apresentação de Mark Zuckerberg sobre o Metaverso
Foto: Divulgação/Facebook

Como funciona o Metaverso?

Com a ajuda de aparelhos de realidade virtual, seria possível habitar um mundo digital totalmente novo, com ambientes diversos e funcionalidades diferentes, que vão desde jogos de videogame a reuniões em um ambiente de trabalho. Para isso, o usuário teria um “avatar” 3D como seu representante.

Contudo, para se tornar realidade, o Metaverso ainda enfrenta uma barreira tecnológica grande: o desenvolvimento e popularização dos equipamentos necessários para a imersão, como os óculos de realidade virtual.

Empresas que apostam no metaverso

Não é só o Facebook que entrou de cabeça nessa nova onda. A Nvidia, por exemplo, anunciou em agosto o NVIDIA Omniverse, uma plataforma colaborativa de simulação. Nela, designers, artistas e outros profissionais podem trabalhar juntos na construção de metaversos.

Já a Microsoft colocou no mercado, no início de 2021, o Mesh, uma plataforma que permite a realização de reuniões com hologramas. Também criou avatares 3D para o Teams, sua ferramenta de comunicação.

Outra big tech que está visando apostar no Metaverso é a Apple. A companhia deve realizar o anúncio de óculos de Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR), o que animou os investidores por conta da ampliação do “Metaverso” da empresa. 

Em novembro, em um aceno à utopia, a Nike criou a Nikeland, uma plataforma dentro do game Roblox. Já em dezembro, a multinacional americana adquiriu uma startup especializada em NFTs de moda. 

Apple x Meta

A Apple e o Meta possuem visões bastante distintas para o futuro do Metaverso. 

Para a Apple, o Metaverso deve ser apenas uma extensão daquilo que seus usuários fazem “normalmente”, mas com maior imersão. Assistir filmes, jogar videogame ou fazer reuniões  e bate-papo. Enquanto o Meta acredita que o Metaverso pode se tornar uma “realidade mista”, criando um mundo completamente novo, mas totalmente virtual. 

O Metaverso pode movimentar trilhões em menos de 5 anos

A Bloomberg Intelligence estima que esse mercado deve chegar a US$ 800 bilhões (R$ 4,5 trilhões) em 2024, puxado principalmente pelos games de metaverso e por eventos realizados nessa nova camada de realidade.

A gestora Grayscale é um pouco mais otimista na previsão, e diz que o Metaverso é um mercado com potencial para gerar US$ 1 trilhão (R$ 5,5 trilhões) em receita anual.

Como investir no Metaverso?

Então, primeiro é preciso saber que a ferramenta já possui esboço de uma economia própria, construída em Blockchain, a maior empresa de serviços financeiros de criptomoedas. A ideia do Meta é que o Metaverso tenha uma economia virtual própria, e que as pessoas possam trabalhar, adquirir casas, comprar roupas, ir a festas, fazer reuniões e ter de fato uma vida online. 

O mercado de terrenos virtuais, por exemplo, já movimenta milhões. Para se ter noção, na última semana de novembro, um terreno digital medindo 566m² foi vendido por US$ 2,4 milhões (R$ 23,97 mil por m²). O m² pago foi mais caro que o do Leblon, um dos terrenos mais caros do Brasil.

Vale ressaltar que o pagamento foi feito por meio de uma moeda digital, a “MANA”.

Só no exemplo acima já foram dados duas formas de se investir no Metaverso, por meio dos terrenos virtuais e das criptomoedas.

As principais moedas digitais até o momento são; Descentraland (MANA; que foi citado acima), Sandbox (SAND) e Axie Infinity (AXS). Essas criptomoedas podem ser adquiridas por meio de exchanges.

Além disso, tem a opção de Fundos de Investimento. Em dezembro de 2021, a gestora brasileira Vitreo lançou o produto “Vitreo Metaverso”, que investe apenas em ações ligadas ao setor. O aporte mínimo é R$ 1.000. A empresa cobra 0,9% ao ano de taxa de administração e 10% de taxa de performance sobre o que exceder o índice S&P500 Total Return.